Muitos pacientes oncológicos se perguntam se a quimioterapia estraga os dentes. Infelizmente, a resposta é sim, mas isso pode ser evitado desde que se adote as medidas adequadas.
Neste texto, vamos discutir os principais prejuízos que a quimioterapia e a radioterapia trazem para a saúde bucal do paciente.
Também mostraremos o que pode ser feito para lidar com esses problemas. Confira!
Quais são as sequelas de uma quimioterapia?
A quimioterapia é um tipo de tratamento que pode deixar sequelas que se manifestam mesmo após um longo tempo do fim do tratamento.
Cada organismo reage de uma forma diferente, então é impossível precisar quais sintomas e em que intensidade eles irão surgir. A quantidade de sessões de quimioterapia também vai influenciar nesse sentido.
As sequelas mais comuns são:
- Problemas cardíacos;
- Problemas pulmonares;
- Problemas no sistema endócrino;
- Problemas ósseos e articulares;
- Dificuldades de aprendizagem;
- Problemas na medula óssea e no cérebro;
- Problemas emocionais.
O que a quimioterapia pode causar nos dentes?
A quimioterapia estraga os dentes devido aos diversos problemas que pode causar na saúde bucal. Veja os mais comuns:
1. Sensibilidade
A quimioterapia faz cair os dentes em algumas situações, caso não haja o devido cuidado. A baixa imunidade deixa a região dentária sensível.
Essa situação abre portas para infecções, inflamações e outros problemas.
2. Mucosite
A mucosite é caracterizada pelo surgimento de feridas e inflamações na boca, muito similares às aftas.
O problema costuma causar incômodo e dor, interferindo até mesmo na alimentação do paciente.
3. Cárie de radiação
A quimioterapia estraga os dentes por contribuir com a formação das chamadas cáries de radiação. Esse tipo de cárie ocorre entre os dentes e a gengiva e tem evolução rápida.
A condição é mais comum quando o tratamento envolve a região da cabeça e pescoço. As ocorrências diminuíram com o avanço dos procedimentos, que podem ter sua intensidade modulada. Porém, ainda é preciso ficar atento ao problema.
3. Xerostomia
Essa é a popular boca seca. Embora pareça inofensivo em um primeiro momento, devemos levar em consideração que a boca é um local naturalmente úmido e a alteração dessa condição pode contribuir para o desenvolvimento de problemas mais graves, como infecções.
4. Candidíase
A baixa imunidade contribui para o desenvolvimento do fungo causador da candidíase. Essa doença é popularmente conhecida como sapinho e causa feridas brancas nas bochechas e na língua.
5. Disfagia
A disfagia é a dificuldade de engolir, geralmente porque o paciente sente dor. A condição pode ser resultado da própria doença, de infecções na região da garganta ou outras situações oriundas da quimioterapia, como a mucosite.
6. Trismo
O trismo é uma dificuldade em abrir a boca normalmente. O problema ocorre em pacientes com câncer na região da cabeça e pescoço, e também surge durante tratamentos quimioterápicos ou radioterápicos.
Quem tem câncer pode ir ao dentista?
É fundamental que o paciente oncológico faça uma visita ao dentista antes mesmo de iniciar o tratamento.
Qualquer condição que tenha potencial de gerar problemas durante a quimioterapia deve ser removida, como:
- Cáries e outras doenças periodontais;
- Restaurações com bordas cortantes que possam machucar a mucosa fragilizada;
- Próteses e aparelhos ortodônticos.
Durante o tratamento, as visitas ao dentista devem continuar. É preciso garantir a correta limpeza bucal, aplicar flúor, fazer restaurações e tratar logo no início qualquer complicação oriunda da quimioterapia.
Outros cuidados que o paciente deve implementar é evitar o consumo de alimentos ácidos e condimentados, bebidas alcoólicas e tabaco.
A boca é um local repleto de micro-organismos e alguns deles têm potencial para causar problemas, o que se torna muito mais fácil em condições de fragilidade causadas pelo tratamento oncológico.
Quem tem câncer pode extrair dente?
O protocolo odontológico para pacientes oncológicos é diferente, sendo preciso avaliar a situação com cautela. Em alguns casos, o médico não autoriza a extração.
Devido ao fato de que a resposta imunológica do paciente está fragilizada, arrancar um dente deve ser evitado durante o tratamento e por um período após sua conclusão, sempre seguindo o que for recomendado pelo médico.
Porém, existem algumas situações em que a extração dentária pós-quimioterapia é realizada:
- Cárie em estágio avançado que prejudica a raiz;
- Doenças periodontais que prejudicam gravemente a gengiva e a estrutura óssea;
- Canal dentário que não responde aos tratamentos;
- Traumas nos dentes que causam fraturas nas raízes.
Diante desses casos, é preciso fazer uma avaliação completa para minimizar os riscos que uma extração representa aos pacientes oncológicos:
- Infecção no local, que pode se espalhar para outras estruturas;
- Sangramento excessivo;
- Dificuldades de cicatrização;
- Osteonecrose, caracterizada pela morte de alguma região óssea.
Como fica a boca de quem faz quimioterapia?
Esse tipo de tratamento deixa a boca do paciente mais fragilizada e propensa ao desenvolvimento de doenças. Alguns dos sintomas mais comuns são a boca seca e o aparecimento de feridas.
Qual o tratamento dos efeitos colaterais da quimioterapia na boca?
O tratamento dos efeitos colaterais da quimioterapia deve ser feito de forma individual. O dentista vai propor a melhor abordagem para cada problema, que pode incluir intervenções para retirar cáries e limpeza de áreas com tártaro e placa bacteriana.
É muito importante que o paciente fique atento à sua saúde bucal para buscar ajuda ao menor sinal de alterações.
Porém, os pacientes podem evitar diversas situações ao tomar atitudes como:
- Escovação com creme dental contendo flúor;
- Usar fio dental com suavidade;
- Evitar alimentos ácidos e picantes;
- Preferir alimentos que necessitem de pouca mastigação.
A quimioterapia afeta várias áreas do corpo, incluindo a boca. Por se tratar de uma região frágil e com grande número de micro-organismos, diversos problemas podem surgir durante o tratamento, causando dor e prejudicando a alimentação.
Para evitar ou aliviar os sintomas, é indispensável visitar o dentista antes, durante e depois do tratamento, garantindo que qualquer intervenção necessária seja feita o mais rápido possível. Assim, o paciente evita a perda de dentes, além de outros incômodos, podendo passar por esse período de forma um pouco mais tranquila.
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