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Recuperação Judicial: solicitações crescem quase 32% no agro em segundo trimestre de 2025, mostra indicador da Serasa Experian

Foto por: Sven/ Unsplash Images
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Dos 565 pedidos feitos no segundo trimestre a surpresa é o fato de Produtores rurais que atuam como Pessoa Jurídica representam maioria dos pedidos

Aplicando tecnologia aos dados para gerar informação, o indicador de Recuperação Judicial Agro da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, revelou que no segundo trimestre de 2025 o setor teve 565 solicitações da medida judicial. Frente ao mesmo período do ano anterior, que marcava 429 pedidos, houve alta de 31,7%. Esses são números que representam o acumulado de toda a cadeia – produtores rurais como pessoa física e jurídica, além de empresas relacionadas ao agronegócio. Veja no gráfico abaixo o acumulado por trimestre dos pedidos de Recuperação Judicial:

“A surpresa foi o fato de Produtores que atuam como PJ (que possuem maior porte e mais organizados em sua maioria), terem uma quantidade superior de RJs do que Produtores que atuam como PF. É a primeira vez que isso acontece desde o último trimestre de 2023, quando as RJs de Produtores PF experimentaram um rápido crescimento. Ainda estamos avaliando se houve um represamento de pedidos ou alguma mudança no perfil”, explica Marcelo Pimenta, head de Agronegócio da Serasa Experian.

Goiás e Mato Grosso registram o maior número de pedidos dentro da cadeia agro

No segundo trimestre de 2025, cinco estados se destacaram pela concentração de pedidos de recuperação judicial no agronegócio

Pessoa Jurídica: categoria tem maior incidência com 243 pedidos

Os produtores rurais que trabalham com perfil de pessoa jurídica foram os que mais optaram pela recuperação judicial no segundo trimestre de 2025, marcando 243 requisições. Em comparação trimestral com 2024 houve alta, já que o período registrava 121 pedidos. Confira no gráfico a seguir:

Ainda de acordo com os dados da datatech, nessa categoria, o maior número de pedidos foi realizado pelos produtores rurais que atuam com o cultivo de soja e fizeram 192 solicitações. Além disso, aqueles que realizam a criação de bovinos também tiveram destaque, com 26 pedidos de Recuperação Judicial.

Pessoa Física: pedidos cresceram na avaliação trimestral

Os produtores rurais que atuam como pessoa física no Brasil registraram 220 pedidos de Recuperação Judicial no segundo trimestre de 2025. Ainda assim, na comparação com o mesmo período de 2024 houve um leve aumento na busca pela medida judicial (que antes registrava 214 requisições. Veja no gráfico esse movimento:

Em relação ao porte dos demandantes, os grandes proprietários, que possuem mais apetite ao risco, registraram o maior número de pedidos (55). Em seguida vieram os médios (43) e os pequenos (39). Além disso, os produtores que não possuem propriedades rurais – arrendatários e grupos econômicos ou familiares – seguem com forte representação na busca pelo recurso, marcando 83 pedidos no período.

Empresas no Agro: categoria marca 102 solicitações em período de análise

As empresas ligadas ao agronegócio registraram 102 pedidos de Recuperação Judicial no segundo trimestre de 2025. O volume é o mais alto da série recente e representa uma aceleração relevante em relação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido feitos 94 requerimentos. Confira a movimento trimestral do setor no gráfico:

No segundo trimestre de 2025, o segmento que mais demandou por Recuperação Judicial foi o de processamento de agroderivados (óleo e farelo de soja, açúcar, etanol, laticínios etc.) com 32 pedidos. Na sequência, entre aqueles com mais registros, ficaram a agroindústria da transformação primária (madeira serrada, couro curtido, beneficiamento de grãos etc.), que somou 22 solicitações, e o comércio atacadista de produtos agropecuários primários, com 18 requerimentos.

Previsão de instabilidade financeira poderia reduzir exposição à recuperação judicial

O Agro Score – solução desenvolvida pela Serasa Experian para atender as necessidades de análise do risco de crédito específica do agronegócio – permite antecipar potenciais riscos de inadimplência entre produtores rurais. Isso ocorre porque o sistema, ao acompanhar dados de forma contínua, identifica meses antes os perfis financeiros que já demonstram sinais de fragilidade.

Na prática, trata-se de uma ferramenta que ajuda a reduzir as incertezas na concessão de crédito. Através de um levantamento realizado constatou-se que era possível verificar, três anos antes do ingresso do protocolo do pedido de Recuperação Judicial, que o Agro Score médio dos produtores rurais, pessoas físicas se mantinha consideravelmente superior ao daqueles que ingressaram com a referida medida judicial. Veja no gráfico:

“Assim, observa-se que tanto no caso do produtor rural pessoa física, como das pessoas jurídicas e empresas ligadas ao agronegócio, o uso de modelos preditivos permite antecipar perfis com maior propensão à Recuperação Judicial, oferecendo aos credores subsídios para decisões mais seguras. “A adoção de análises aprofundadas na concessão de crédito contribui para evitar financiamentos a agentes em situação de fragilidade econômica, reduzindo a exposição ao risco e promovendo maior equilíbrio na saúde financeira do setor”, conclui o head de Agronegócio da datatech.

Metodologia

Os levantamentos inéditos feitos exclusivamente pela Serasa Experian foram construídos a partir das estatísticas de processos do número de documentos que solicitam recuperação judicial no Agronegócio registradas mensalmente na base de dados da companhia e provenientes dos tribunais de justiça de todos os Estados.

Estão contemplados nesse levantamento proprietários e produtores rurais de todos os portes que atuam como pessoas físicas e jurídicas, além de empresas demandantes do recurso analisado que possuem Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) principal constante no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da cadeia agro. Além disso, as análises estaduais são realizadas de acordo com a Unidade Federativa atrelada ao cadastro do demandante.

 

 

 

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