Dr. Cristiano Scarabeli, dermatologista da rede de clínicas, apresenta os principais indícios e formas de prevenção desse tipo de câncer
O último mês do ano marca a chegada do verão. E, junto dos raios solares, está a radiação ultravioleta (UV), um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. Pensando nisso, a rede de clínicas Meu Doutor Novamed adere à campanha de “Dezembro Laranja” para estimular a conscientização sobre os cuidados necessários para a prevenção dessa doença. O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
“Em linhas gerais, o câncer de pele é o crescimento anormal e irrefreado das células que compõem esse órgão. Há três principais tipos, sendo os mais comuns os carcinomas basocelulares e os espinocelulares — conhecidos também como câncer de pele não melanoma. O tumor de pele com maior morbidade e mortalidade é conhecido como melanoma, o tipo mais agressivo de câncer da pele”, explica o médico dermatologista Cristiano Scarabeli, da rede Meu Doutor Novamed, e que atua na unidade da região da Paulista, em São Paulo.
Conheça os fatores de risco
De acordo com o INCA, são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. O Dr. Cristiano destaca que o desenvolvimento do câncer de pele é multifatorial, e que os riscos para o desenvolvimento da doença dividem-se em ambientais e genéticos. “Entre os agentes que podem desencadear o câncer de pele temos os fatores ambientais, como a exposição sem proteção aos raios UVs, queimaduras solares com formação de bolhas na infância e trabalho com exposição prolongada ao sol sem os devidos cuidados”.
Considerando os fatores genéticos, o dermatologista da rede Meu Doutor Novamed salienta: “O histórico familiar de melanoma, por exemplo, pode duplicar o risco do paciente, caso ele tenha algum parente em primeiro grau com a doença. Se forem três ou mais parentes com histórico, o risco pode aumentar até 70 vezes. Ainda falando em fatores genéticos, a presença de nevos — pequenas lesões cutâneas pigmentadas — e a tendência de desenvolver esse tipo de lesão, especialmente no caso dos atípicos com formatos irregulares, podem ser hereditários. As alterações nos nevos podem indicar o surgimento da doença. Por isso, precisam ser analisadas e monitoradas”, explica o médico.
Como identificar previamente se é uma pinta ou uma lesão
As marcas de câncer da pele podem se assemelhar a pintas ou outras lesões. Por isso, conhecer bem a própria pele e monitorar irregularidades é fundamental na hora de prevenir a doença e de avaliar uma possível situação de diagnóstico. Apenas um exame clínico e/ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele. No entanto, o Dr. Scarabeli destaca a regra do “ABCDE” para acompanhamento de possíveis alterações. Os principais indícios são:
- “A” — Assimetria: lesões muito assimétricas e com formatos irregulares requerem atenção.
- “B” — Bordas: Pintas possuem bordas lisas. Lesões com bordas irregulares podem ser consideradas suspeitas.
- “C” — Cor: Lesões com 3 ou mais tonalidades de cor podem ser consideradas suspeitas e requerem atenção.
- “D” — Diâmetro: Marcas maiores que 5 mm podem apresentar maior risco.
- “E” — Evolução: Lesões que se modificam com o passar do tempo, que começam a coçar, a formar crostas ou a sangrar, podem ser consideradas suspeitas. Assim como as lesões que não cicatrizam, dolorosas ou com qualquer sinal de crescimento ou de evolução anormal.
Nem toda pinta é sinônimo de câncer, mas qualquer lesão que se enquadre nos casos da regra do ABCDE deve ser avaliada. Manchas novas e lesões com aspecto anormal requerem atenção e o acompanhamento com um especialista.
Quais cuidados fundamentais na prevenção?
A prevenção é a melhor opção quando o assunto é a construção de uma vida saudável. Entre as principais medidas para reduzir os riscos de câncer de pele, destacam-se:
- Evite exposição solar das 10h às 16h
- Use protetor solar de FPS 30 ou mais
- Procure ficar na sombra
- Use chapéu, camisetas e roupas com proteção UV e óculos escuros
- Crianças acima de 6 meses devem utilizar protetor solar. Abaixo disso, roupas com proteção UV são uma boa medida
A escolha do filtro solar
Para se proteger da exposição aos raios UVs é fundamental escolher um bom filtro solar. Para a tomada dessa decisão, o dermatologista da rede Meu Doutor Novamed salienta: “De modo geral, em termos de FPS, acima de 30 conseguimos uma excelente proteção. Mas há diversas modalidades de protetores solares que podem ser indicadas, de acordo com o perfil de cada paciente. Por exemplo: pessoas que ficam muito tempo em frente a telas e têm muita exposição à chamada luz azul devem usar um tipo de produto, enquanto pacientes com muito fotodano e queratoses actínicas — lesões pré-cancerosas — devem utilizar outros produtos específicos”.
O Dr. Cristiano complementa: “No caso de pacientes com melasma — manchas na face — os protetores com cor são indicados. Já para os esportistas, existem produtos que não ardem os olhos. Há ainda pessoas com condições específicas, de peles sensíveis e hiperativas, que necessitam de produtos direcionados. Todas as variações devem ser consideradas na avaliação e orientadas em consulta com dermatologista”.