Dra. Jéssica Alves Ivanoff, dermatologista da rede de clínicas, explica como identificar os principais sintomas do câncer mais comum entre os brasileiros
A proximidade do verão desperta a atenção sobre os riscos da exposição excessiva aos raios solares para a saúde, sobretudo o desenvolvimento do câncer de pele. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o tipo não melanoma é o mais incidente entre os brasileiros, respondendo por 31,3% dos casos no Brasil, considerando todas as possibilidades de câncer. A estimativa é de aproximadamente 220 mil ocorrências desse tipo da doença no país no período de 2023 a 2025.
“A radiação ultravioleta (UV) pode causar inúmeros danos, como desencadear o surgimento de sinais, manchas e sardas, estimular o envelhecimento precoce, além de aumentar o risco de desenvolvimento do câncer de pele”, destaca a médica dermatologista Jéssica Alves Ivanoff, da rede Meu Doutor Novamed, e que atua na unidade da região de Ondina, em Salvador.
Tipos de câncer de pele e fatores de risco
Provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele, o câncer de pele pode se manifestar de diversas formas. E se divide em dois tipos – o melanoma e o não melanoma. Conheça as características de cada um e as diferenças entre eles:
- Câncer de pele não melanoma: se manifesta principalmente nas áreas mais expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, ombros, couro cabeludo e em camadas distintas da pele. Neste grupo, se destacam o Carcinoma Basocelular (CBC), que surge na camada basal da epiderme e é o tipo mais comum de câncer de pele, e o Carcinoma Espinocelular (CEC), que tem origem a partir da camada espinhosa, e cujo desenvolvimento pode estar associado a outras condições, como feridas crônicas e cicatrizes.
- Câncer de pele melanoma: é o tipo mais grave da doença. Contudo, é também o menos frequente. Originado a partir dos melanócitos – células produtoras de melanina – tem mortalidade elevada, mas grandes chances de cura quando diagnosticado precocemente.
- Especialista enumera 5 fatores de risco
Entre os fatores que aumentam o risco de desenvolvimento desse tipo de câncer, a dra. Jéssica Alves destaca cinco como os principais:
- Exposição solar acumulativa (ocupacional) ou intermitente (recreativa);
- Fototipos baixos (pele clara, olhos claros, ruivos) e pacientes que queimam com facilidade ao sol;
- Feridas crônicas;
- Imunossupressão;
- Síndromes genéticas como albinismo, xeroderma pigmentoso e outras.
A dermatologista também alerta para a atenção à hereditariedade: “Pacientes com história familiar de melanoma devem manter acompanhamento regular com dermatologista para avaliação preventiva, visto que o melanoma tem importante associação com a hereditariedade”.
Como saber se existe um problema na pele?
É fundamental ficar atento a alterações que podem ser indicativas de câncer de pele, tais como:
- Surgimento de lesões elevadas tipo pápulas – inchaços inflamados sólidos – ou placas vermelhas ou róseas, descamativas, que sangram com facilidade;
- Lesões com crescimento rápido;
- Ferida que não cicatriza;
- Mudança no aspecto dos sinais de pele.
Regra ABCDE
Além desses sinais, a dermatologista da rede Meu Doutor Novamed chama a atenção para um conjunto de características que ajudam na identificação da doença:
A – Assimetria;
B – Bordas irregulares;
C – Cores variadas na mesma lesão;
D – Dimensão (maior que 6mm);
E – Evolução (crescimento, mudança de cor ou de formato).
“Os principais pontos que servem de alerta para buscar prontamente a avaliação de um dermatologista podem ser resumidos nessas características, que formam a regra do ABCDE”, comenta a médica.
Cuidados essenciais
Com o aumento da incidência dos raios ultravioletas no mundo, é fundamental se prevenir e se proteger quando exposto ao sol. Com objetivo de estimular a prevenção e a conscientização sobre o câncer de pele, é importante construir hábitos de cuidado. A dermatologista da rede Meu Doutor Novamed, lista seis dicas essenciais para reduzir as chances de desenvolvimento da doença. Tais, como:
- Evitar a exposição solar, principalmente no período das 10h às 16h;
- Fazer uso diário de protetor solar, com FPS adequado ao seu tipo de pele, para reforçar a proteção contra os raios UVA (principal responsável pelo câncer de pele e fotoenvelhecimento) e UVB (responsável pelas queimaduras solares). O protetor deve ser reaplicado a cada 2 horas;
- O protetor solar deve ser aplicado sempre em ocasiões ao ar livre – não apenas quando em atividades de lazer. O uso é recomendado inclusive em dias nublados ou de chuva;
- Lembrar de aplicar o protetor solar em partes do corpo como orelhas e pescoço, além das demais áreas expostas à luz solar;
- Usar roupas de proteção UV, chapéus, sombrinhas e óculos escuros quando for se expor ao sol;
- Observar sempre a própria pele e procurar avaliação médica se notar lesões suspeitas;
A dra. Jéssica Alves reforça o papel do acompanhamento com o especialista para o diagnóstico correto: “Além da medida preventiva de evitar a exposição excessiva ao sol, é importante consultar um dermatologista pelo menos uma vez ao ano, para avaliação dos sinais”.