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Reforma tributária: o que muda para as empresas em 2026

Foto: wayhomestudio/ Freepik
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Nova estrutura de tributos promete simplificar o sistema, mas exige atenção de empresários e contadores para evitar impactos na operação

A reforma tributária, aprovada após duas décadas de discussões no Congresso, começa a ganhar forma concreta e deve alterar a rotina das empresas a partir de 2026. Com a unificação de tributos e as novas regras de arrecadação, o país entra em uma fase de transição que busca equilibrar simplicidade, competitividade e justiça fiscal.

Embora o objetivo seja tornar o sistema tributário mais claro e eficiente, o período de adaptação deve ser desafiador, principalmente para micro e pequenas empresas. A implementação das novas regras demandará reestruturações contábeis, revisões de preços e adequações nos fluxos de caixa.

O que é a reforma tributária

A reforma tributária tem como base a substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por dois novos impostos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será gerido por estados e municípios. A medida segue o modelo de Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), já adotado em diversas economias desenvolvidas.

A promessa é reduzir a complexidade e evitar a chamada “cascata tributária”, em que um imposto incide sobre o outro. Além disso, a mudança pretende padronizar alíquotas e eliminar disputas entre entes federativos, trazendo maior previsibilidade aos negócios.

Como afeta as empresas

A nova estrutura impactará diretamente o modo como as empresas recolhem e repassam impostos. Um dos pontos mais sensíveis é a forma de crédito tributário, que passa a ser mais ampla, mas também mais controlada. A partir de 2026, a apuração passa a ser feita com base no valor agregado em cada etapa da produção ou prestação de serviço.

Contudo, nem todos os setores terão a mesma velocidade de adaptação. Um levantamento da empresa All Tax mostra que apenas 9,5% das empresas afirmam estar prontas para as mudanças. A maioria ainda depende de orientações detalhadas do governo e de ajustes internos em seus processos contábeis e operacionais.

Empresas optantes pelo Simples Nacional também devem ficar atentas. O regime deve ganhar novas regras de cálculo, tornando-se mais complexo em algumas situações. A adaptação exigirá atenção redobrada de contadores e gestores financeiros.

Como as empresas podem se preparar

Diante das mudanças, a preparação antecipada é essencial. Revisar contratos, mapear operações tributáveis e reavaliar políticas de precificação são medidas recomendadas. A atualização de equipes contábeis e o investimento em tecnologia também podem reduzir riscos e aumentar a precisão das informações enviadas ao Fisco.

O uso de um sistema para gestão financeira empresarial é uma das alternativas mais eficazes para essa adaptação. Além de facilitar o controle de receitas e despesas, o recurso permite simular cenários fiscais, integrar dados contábeis e acompanhar alterações nas alíquotas, o que minimiza erros e retrabalhos durante o período de transição.

Essas soluções tendem a se tornar indispensáveis em um ambiente regulatório mais exigente, em que cada operação precisará estar devidamente documentada e conciliada com as novas bases de cálculo. O alinhamento entre as áreas financeira e fiscal será determinante para evitar passivos e aproveitar eventuais benefícios do novo modelo.

Caminho de transição e aprendizado

A implementação da reforma tributária será gradual, com fases distintas até a consolidação completa do novo sistema. O processo deve se estender até 2033, quando o antigo conjunto de tributos será extinto. Nesse intervalo, empresas terão de conviver com regimes híbridos e múltiplas regras de apuração.

Apesar dos desafios, a expectativa é de que a simplificação traga ganhos de competitividade e reduza o custo de conformidade tributária em médio prazo. Para isso, será necessário planejamento e investimento contínuo em conhecimento e tecnologia.

Mais do que uma mudança legal, a reforma representa um marco na modernização do ambiente de negócios brasileiro, representando um passo importante rumo a um sistema tributário mais transparente e alinhado às práticas internacionais.

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