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Reformulação do crédito consignado privado: open finance traz mais competitividade e acessibilidade ao setor

Rogerio Melfi Cofundador e CPO, Crédito Divulgação PilotIn
Rogerio Melfi Cofundador e CPO, Crédito Divulgação PilotIn

Rogerio Melfi, cofundador e CPO do PilotIn, afirma que nova regra impulsiona acesso com menos risco ao credor e melhores taxas para quem precisa

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 37% dos brasileiros acreditam que o acesso ao crédito está cada vez mais difícil. Buscando mudar esse cenário, medidas como a reformulação do crédito consignado privado representam um avanço significativo na ampliação do acesso à empréstimos e na redução das taxas de juros. Nesse meio, o open finance também possui um papel essencial na transformação do segmento.

“Há anos, o crédito é um impulsionador de oportunidades e, ao mesmo tempo, uma armadilha para milhões de brasileiros. Em um país onde o acesso ao crédito ainda é segmentado, caro e, muitas vezes, mal dimensionado para a realidade das pessoas, qualquer mudança regulatória que promova inclusão e redução de riscos precisa ser analisado e pode ser potencializado com inteligência e tecnologia, trazendo avanços ao setor”, afirma Rogerio Melfi, cofundador e CPO do PilotIn, fintech que ajuda os brasileiros a se tornarem pilotos das suas vidas financeiras, além de Especialista em soluções inovadoras para Open Finance & Open Insurance, Meios de Pagamentos e Crédito.

A nova medida, anunciada em março pelo governo, permite que trabalhadores do setor privado possam contratar empréstimos com desconto direto em folha e utilizar o FGTS como garantia adicional. “Isso muda drasticamente a lógica de risco da operação. Para o tomador, a vantagem está em taxas de juros mais baixas. Para quem oferece, o risco de inadimplência é reduzido. Estamos falando de um sistema mais previsível, onde todos ganham”, completa o especialista.

Apesar do modelo existir há anos no setor público, sua adoção ainda é baixa entre os trabalhadores da iniciativa privada: apenas 12% utilizam o crédito consignado atualmente, segundo pesquisa da plataforma meutudo. Ainda há um enorme espaço de expansão, desde que a experiência de acesso seja mais fluida, personalizada e conectada à realidade de cada indivíduo.

Rogério Melfi destaca que é nesse ponto que o Open Finance pode fazer a diferença: ao permitir, com consentimento, o acesso aos dados financeiros do usuário, as instituições têm a oportunidade de enxergar o cliente além do score ou da renda bruta mensal. É possível observar o padrão de consumo, compromissos anteriores, capacidade real de pagamento e até o impacto que um novo crédito pode gerar no comportamento futuro.

“Essa visão constante e contextualizada muda o jogo. Não é sobre oferecer crédito com base em garantias, mas sim construir soluções personalizadas e responsáveis, adaptadas ao perfil de cada cliente. No PilotIn, vivenciamos isso na prática. Atuamos como ponte entre as pessoas e as instituições, ajudando a transformar dados em decisões”, destaca Melfi. O papel da fintech está em traduzir informações — muitas vezes dispersas ou desorganizadas — em insights úteis tanto para o consumidor quanto para os ofertantes. Com apoio de inteligência artificial e modelos preditivos, o PilotIn consegue prever se aquele dinheiro será um alívio ou um novo fator de risco para o consumidor.

O especialista reforça que mais do que uma questão técnica, essa mudança é estrutural e cultural. “O crédito no Brasil foi construído, em grande parte, com base na escassez de informação, o que levou a generalizações, spreads altos e desconfiança. O Open Finance rompe esse padrão, abrindo espaço para uma abordagem mais empática, eficiente e baseada em dados reais”, explica.

Já sobre a adoção da medida, o executivo ressalta que ainda há desafios, como garantir que a prática seja feita com transparência e responsabilidade, com foco no bem-estar financeiro do usuário. Para ele, também é essencial simplificar as interfaces e a linguagem a fim de  que as pessoas compreendam os benefícios e se sintam no controle das finanças, algo que vale tanto para o trabalhador que busca crédito quanto para as instituições que desejam oferecer soluções mais assertivas.

“O Brasil já provou que é capaz de liderar transformações tecnológicas: o Pix é um exemplo claro disso. Agora, com o Open Finance conquistando espaço, temos a oportunidade de reinventar o crédito, transformando-o em uma ferramenta de inclusão e sustentabilidade financeira. Estamos diante de fazer com que o crédito seja um serviço realmente inteligente, justo e acessível. É claro que isso exige regulação, mas também grande compromisso das empresas e disposição para inovar com propósito”, finaliza.

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