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Regulatório não é despesa; é inteligência: a visão da .add para transformar dados em vantagem competitiva

Aldo Pires, CEO da .add / Foto: Divulgação
Aldo Pires, CEO da .add / Foto: Divulgação

Para o especialista, a obrigação de reportar dados à Susep deve ser vista como o ponto de partida para construir uma base de informações confiável, essencial para entender o cliente e aplicar a Inteligência Artificial com sucesso

Em um setor cada vez mais pressionado por novas regulações, como o Open Insurance e o Sistema de Registro de Operações (SRO), muitas seguradoras ainda encaram as exigências como um fardo oneroso de conformidade. No entanto, para Aldo Pires, CEO da .add, empresa com 27 anos de experiência no ecossistema de seguros, essa visão é um erro estratégico. Segundo ele, por trás da complexidade regulatória, esconde-se a maior oportunidade para as companhias se modernizarem, conhecerem seus clientes a fundo e, finalmente, ganharem uma vantagem competitiva real.

“Muitas vezes as empresas estão focadas em atender o que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) exige. A gente entende que esse é o motivador, mas fazemos uma provocação aos nossos clientes”, afirmou Pires durante o evento InsureMO, realizado em São Paulo. A provocação é clara: em vez de apenas “cumprir tabela”, as seguradoras deveriam usar a necessidade de organizar dados para o regulador como um catalisador para uma profunda reestruturação interna.

“Para você poder fazer um envio de uma base como o SRO, você literalmente colhe dados da empresa inteira”, explica o executivo. “Quando você olha esses dados, vê muitas informações que não estão adequadas, precisam ser corrigidas, precisam ser tratadas”. É nesse ponto que a obrigação se transforma em oportunidade. Ao limpar e estruturar essa base de informações, a área de TI pode criar um alicerce de dados confiáveis, capaz de gerar inteligência para todo o negócio.

Do dado confiável ao cliente ideal

Com informações de alta qualidade em mãos, as possibilidades se multiplicam. Pires argumenta que as respostas para os maiores desafios das seguradoras – como precificação, gestão de sinistralidade e aquisição de clientes – já estão dentro de casa, mas permanecem inacessíveis devido à baixa qualidade dos dados.

“Se eu tenho minhas informações confiáveis, eu posso entender melhor quem é o meu tipo de cliente. Quem é um cliente que tem uma sinistralidade melhor ou não? Qual é o perfil daquele cliente que é mais aderente para comprar o meu produto, oferecendo menos risco?”, questiona. “Essas informações muitas vezes estão dentro de casa e não são utilizadas porque são de baixa qualidade, e o conhecimento que você processa não é confiável”.

A .add, que já possui ferramentas consolidadas em mais de 15 seguradoras, expandiu sua plataforma para um verdadeiro “framework regulatório”. A solução da empresa hoje abrange Open Insurance e as versões V2 e V3 do SRO, com um diferencial crucial: é agnóstica, ou seja, compatível com as principais registradoras do mercado, facilitando a integração e a implantação para as seguradoras.

Inteligência Artificial pede base sólida

A conversa sobre dados inevitavelmente leva ao tema do momento: a Inteligência Artificial (IA). Aldo Pires é pragmático e alerta que, sem a fundação de dados bem estruturados, qualquer iniciativa de IA está fadada ao fracasso ou a resultados medíocres.

“Todo mundo está falando de IA, mas, de verdade, quais são as seguradoras que têm soluções de IA rodando? São muito poucas”, pontua. Para ele, o caminho para o sucesso com a IA passa por uma mudança cultural, que envolve amadurecimento e uma “cultura de experienciação”.

O CEO destaca que a inovação real exige tolerância ao erro. “É normal você, muitas vezes, investir num projeto de IA e não conseguir resultado. Investir no segundo também não. Mas quando você consegue esse resultado, o lucro que você obteve naquele projeto paga os outros dez que você teve de insucesso”. Essa mentalidade, segundo ele, ainda é um desafio para muitas companhias, acostumadas a iniciar projetos apenas com a certeza do retorno.

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