Resiliência macroeconômica global melhorou em 2023, recuperando totalmente todas as perdas sofridas durante a pandemia de Covid-19 e a recessão em 2020
Hoje, o Swiss Re Institute divulgou o relatório sigma: “Resilience Index 2024: encouraging resilience gains, but more is needed”, que revela um panorama otimista sobre a resiliência macroeconômica global em 2023, mas alerta para a necessidade de estratégias a longo prazo para enfrentar futuros choques.
Avanços na resiliência macroeconômica
O relatório destaca que a resiliência macroeconômica global melhorou significativamente em 2023, recuperando totalmente as perdas sofridas durante a pandemia de Covid-19 e a recessão de 2020. O principal fator impulsionador foi o maior espaço para política monetária, resultado da diminuição da inflação em várias economias e da manutenção das taxas de juros elevadas pelos bancos centrais. Além disso, o crescimento econômico acima das expectativas contribuiu para um maior espaço fiscal.
Economias avançadas e emergentes
Nas economias avançadas, a resiliência aumentou notavelmente devido à manutenção de altas taxas de juros, mesmo com a queda da inflação. Por outro lado, as economias emergentes mantiveram a estabilidade ano a ano, enfrentando desafios significativos em 2023, como o fortalecimento do dólar americano e as saídas de capital, após ajustarem suas políticas monetárias em 2022.
Perspectivas para 2024
O Swiss Re Institute prevê um crescimento mínimo da resiliência macroeconômica em 2024. Isso se deve à persistência da inflação, ao aumento dos níveis de dívida em várias regiões, ao crescimento lento nos EUA e às quedas nas taxas de juros. Para se preparar para futuros choques, o relatório sugere que os legisladores considerem estratégias de longo prazo, como investimentos em mercados de capitais e maior penetração de seguros.
Impacto do El Niño-Oscilação Sul na América Latina
A América Latina continua vulnerável às condições climáticas extremas causadas pelo El Niño-Oscilação Sul (ENSO), que afetam os padrões de precipitação globalmente. Durante o fenômeno La Niña entre 2019 e 2022, regiões como Argentina, Brasil, Chile e Uruguai sofreram com secas severas, impactando drasticamente a produção agrícola. O Uruguai, por exemplo, registrou os menores rendimentos de soja na década, enquanto o Brasil, maior exportador mundial de soja, viu sua produção afetada, contribuindo para a inflação dos alimentos.
Resiliência de Seguros Agrícolas
Os cinco maiores mercados globais de produção agrícola – China, Índia, EUA, Brasil e Indonésia – apresentaram lacunas de proteção significativas em 2023, conforme indica o Índice de Resiliência de Seguros de Culturas (SRI). Em particular, a resiliência de seguros no Brasil foi de apenas 10,5% em 2024, um aumento modesto em relação a 2023.
Os cinco maiores mercados globais de produção agrícola, seus Índices de Resiliência de Seguros de Culturas (SRI) e lacunas de proteção são:
País | Classificação por produção agrícola | Participação na produção agrícola global % (2020-2022) | Lacuna de proteção (US$ bi) 2023 | Índice de Resiliência (%) 2023 | Índice de Resiliência (%) 2024 |
China | 1 | 34.9 | 11 | 52.1 | 26.4 |
Índia | 2 | 10.9 | 25 | 13.1 | 7.2 |
EUA | 3 | 7.5 | 0 | 100 | 74.2 |
Brasil | 4 | 4.0 | 8 | 12.5 | 10.5 |
Indonésia | 5 | 3.0 | 2 | 0.7 | 0.4 |
Aumento da resiliência de Seguros
A resiliência global dos seguros permaneceu estável em 2023, com destaque para o aumento na cobertura de seguros de vida em mercados emergentes e na resiliência a catástrofes naturais, graças a uma maior adesão a seguros de saúde privado e cobertura de tempestades convectivas severas. No entanto, três quartos da exposição global a desastres naturais ainda não foram protegidos por seguros.
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