Na próxima segunda-feira (18), o Rio de Janeiro será palco da 19ª reunião de cúpula do G20, onde temas cruciais como o “G20 Roadmap for Enhancing Cross-border Payments” estarão em discussão. Embora o plano estabeleça metas para melhorar a transparência de custos e o acesso a sistemas de pagamento até 2027, um novo relatório da Wise aponta que o progresso ainda está aquém do esperado.
A análise da Wise, divulgada recentemente, avalia os países membros do G20 quanto à transparência de custos em transações internacionais e ao acesso direto de provedores de pagamento não bancários (NBPSPs) aos sistemas nacionais. O relatório destaca desafios significativos, como altos custos, baixa velocidade, acesso limitado e falta de clareza nas operações transfronteiriças – barreiras que impactam o comércio global, a inclusão financeira e o crescimento econômico.
Brasil se destaca no acesso direto, mas enfrenta desafios na transparência
Entre os países analisados, o Brasil lidera no acesso direto a sistemas de pagamento, recebendo a pontuação máxima (5/5). O modelo inclusivo adotado pelo Banco Central, incluindo a implementação do Pix em 2020, permitiu que provedores bancários e não bancários participassem diretamente do sistema, colocando o país ao lado de potências como Reino Unido e China.
No entanto, em transparência de custos, o Brasil ficou atrás de países como França e Alemanha, alcançando apenas 3/5. Embora haja regulamentações que exijam a divulgação de custos em transações internacionais, muitos provedores ainda incorporam tarifas ocultas nas margens de câmbio, dificultando a compreensão dos custos pelos consumidores.
Impacto global e recomendações
O relatório da Wise alerta que o avanço global em transparência de custos é lento e desigual, prejudicando a competitividade e a eficiência do mercado. A instituição recomenda uma ação coordenada entre formuladores de políticas, instituições financeiras e reguladores para melhorar a clareza e a acessibilidade dos pagamentos internacionais.
Além disso, o Brasil, na presidência do G20, é encorajado a liderar pelo exemplo, promovendo padrões mais elevados de transparência e acessibilidade, alinhando-se aos princípios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Com a cúpula do G20 como pano de fundo, as discussões sobre pagamentos transfronteiriços são uma oportunidade para os países membros fortalecerem suas economias, promovendo inovação e eficiência nos sistemas financeiros globais.