Confira análise de Mariana Pulegio, assessora de investimentos da WIT Invest
Mariana Pulegio, assessora de investimentos WIT Invest, compartilha as expectativas em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e seu impacto nos diversos setores do mercado brasileiro. Mariana possui vasta experiência no mercado financeiro e compartilha seu conhecimento sobre as implicações das decisões do Copom nos investimentos em renda fixa e variável, bem como nos setores da economia brasileira.
1. Quais são as expectativas para a próxima reunião do Copom? O que se espera em relação à decisão de política monetária?
A expectativa para a próxima reunião é de manter a SELIC em 13,75%, analistas estimam uma queda dos juros a partir do segundo semestre.
2. Como a decisão do Copom em relação à taxa de juros afetará os investimentos em renda fixa no Brasil?
Quando o Copom decide aumentar a taxa de juros, os investimentos em renda fixa, como títulos públicos, CDBs e debêntures, tendem a se tornar mais atrativos em termos de rentabilidade. Isso ocorre porque os investidores recebem uma remuneração maior pelo empréstimo do seu dinheiro. Por outro lado, quando o Copom decide reduzir a taxa de juros, os investimentos em renda fixa podem perder um pouco de atratividade em termos de rentabilidade. Isso ocorre porque a remuneração dos investimentos está diretamente ligada à taxa Selic, e uma redução nessa taxa tende a diminuir os rendimentos dos investimentos em renda fixa.
3. E em renda variável? O tom otimista com a bolsa deve se manter?
Na renda variável o cenário muda pois os investidores acabam buscando mais risco em busca de maior retorno.
4. Quais setores da economia brasileira podem ser mais impactados pelas atuais decisões do Copom?
Um dos setores que se beneficiam é o Setor Imobiliário. A redução das taxas de juros torna o financiamento imobiliário mais acessível e atrativo, o que pode impulsionar a demanda por imóveis e beneficiar empresas relacionadas à construção civil, incorporadoras e empresas de crédito imobiliário. Além do setor imobiliário, outro setor que se desenvolve é o Setor de Consumo.
A queda dos juros pode estimular o consumo, pois torna o crédito mais barato. Isso pode beneficiar empresas do setor varejista, fabricantes de bens de consumo duráveis e empresas de serviços voltadas para o consumo.
5. Você acredita que o BC deve acenar para um tom otimista na ata da reunião?
Sim, acredito em um tom mais otimista, uma vez que analistas já estão estimando uma queda dos juros.
6. Você acredita que haverá queda na taxa de juros ou manutenção? É o momento de baixar a taxa de juros?
Manutenção por enquanto nos 13,75%. A partir do momento que a inflação começa a ser mais controlada, como estamos começando a ver nesse cenário, a taxa de juros começa a cair.
7. De que forma a decisão do Copom pode afetar a valorização da moeda brasileira em relação a outras moedas, como o dólar?
Em geral, quando o Copom decide aumentar a taxa de juros, isso pode tornar os investimentos denominados na moeda local (Real) mais atrativos para os investidores estrangeiros. Como resultado, pode haver um aumento na demanda por Real e uma valorização da moeda brasileira em relação a outras moedas, como o dólar.
Por outro lado, quando o Copom opta por reduzir a taxa de juros, pode haver uma diminuição no diferencial de juros entre o Brasil e outros países, o que pode tornar os investimentos em Real menos atrativos em comparação com outras moedas. Isso pode levar a uma menor demanda por Real e uma possível desvalorização da moeda brasileira em relação a outras moedas.
8. Quais são as expectativas para o mercado de ações no Brasil após a reunião do Copom?
A Expectativa do mercado de ações é uma valorização, como já estamos vendo com o cenário atual. Quando se tem uma queda na taxa de juros os investimentos como renda fixa acabam não sendo mais tão atrativos. Investidores começam a buscar mais risco justamente em busca de maiores retornos.
9. Você acredita que o mercado de crédito deve reagir bem a esta reunião do Copom?
Sim, deve reagir bem, pois, caindo a taxa de juros, o crédito se torna mais acessível.
