Nos últimos 12 meses, o mercado de Fundos Imobiliários passou por uma transformação relevante: os FOFs tradicionais estão sendo convertidos em fundos multiestratégia, estrutura que combina diferentes classes de ativos com exposição imobiliária e oferece maior flexibilidade de alocação. Os fundos multiestratégia já representam 5,8% da composição do IFIX, mais que o dobro dos 2,8% observados nos FOFs. Os fundos imobiliários multiestratégia têm ganhado maior tração em razão do potencial de ganho superior que esses veículos possuem ao somar e combinar ativos diferentes, com mais flexibilidade de gestão. É nesse contexto que a Rio Bravo propõe a conversão do RBFF11 em um fundo multiestratégia imobiliário, movimento que reflete a maturidade da tese e o reposicionamento do produto dentro do novo ciclo do mercado de FIIs.
A operação, que será submetida à votação dos cotistas, altera a natureza do fundo, a política de investimento, o regulamento e até o nome, que passará a ser RBFM11. O objetivo é consolidar um veículo mais eficiente, com exposição ampliada a ativos de tijolo e governança aprimorada. A estrutura multiestratégia permite ao gestor investir em diferentes frentes imobiliárias além das já exploradas hoje, como imóveis físicos, crédito direto e desenvolvimento, sem perder o DNA fundamentalista do fundo. “Nosso foco é ampliar o potencial de retorno com uma gestão ativa e curadoria de ativos reais, mantendo a essência do fundo dentro do setor imobiliário de realizar uma curadoria de excelência”, afirma Isabella Almeida, gestora de fundos imobiliários da Rio Bravo. A executiva destaca que, diferentemente de outras transações recentes, o processo não envolve fusões ou incorporações, mas uma transformação integral do fundo, mantendo histórico e identidade próprios. “Hoje os fundos multiestratégia são negociados a um P/VP superior aos FOFs, ou seja, são melhor precificados, têm um desconto menor. Queremos explorar esse potencial de apreciação”, comenta Isabella.
O RBFM11 se diferencia também pela composição da carteira: será o fundo multiestratégia mais comprado em tijolo do mercado, com alocação-alvo entre 40% e 70% em imóveis físicos, enquanto a média dos multiestratégia hoje é de cerca de 27%, segundo estudo da gestora. Esse viés imobiliário forte responde à demanda de investidores que buscam diversificação com lastro real e gestão ativa. “O mercado passa por uma reorganização estrutural. Os fundos multiestratégia têm sido os principais responsáveis por atrair liquidez e ampliar a eficiência, mas poucos mantêm uma exposição robusta ao tijolo, são mais focados em crédito imobiliário. Nosso diferencial está justamente em unir a flexibilidade da estratégia com a solidez do tijolo”, explica Isabella.
A proposta também inclui medidas para aumentar a liquidez e fortalecer a governança, como o desdobramento de cotas na proporção 1:5, a possibilidade de recompra de cotas pelo próprio fundo e o limite de votação para grupos de cotistas. Essas mudanças tornam o fundo mais dinâmico, transparente e adaptado ao novo ambiente regulatório. Com isso, a Rio Bravo busca alinhar sua estratégia à tendência de mercado e posicionar o RBFM11 como referência entre os multiestratégia imobiliários. “Estamos evoluindo a estrutura sem abrir mão da filosofia de longo prazo e da gestão fundamentalista que sempre marcaram nossa atuação. O investidor ganha um produto mais eficiente, com potencial de rentabilidade superior e exposição direta ao imobiliário real”, conclui Isabella Almeida.
