Hábito comum, principalmente entre os jovens, o uso do fone de ouvido em excesso e de forma inadequada pode prejudicar a saúde auditiva. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já trata a perda auditiva pelo ruído recreativo como caso de saúde pública. Em uma pesquisa recentemente divulgada no British Medical Journal, cerca de um bilhão de jovens no mundo todo podem perder a audição por conta do mau uso dos fones de ouvido.
De acordo com a fonoaudióloga especialista em audição e escritora do livro Descomplicando a Perda Auditiva, Ariane Gonçalves, o volume alto em fones de ouvido pode acarretar lesões no aparelho auditivo, podendo alcançar condições mais graves da perda auditiva, como a surdez.
“A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso dos fones de ouvido até uma hora por dia e em uma altura que, quando você estiver de fone de ouvido, consiga ouvir o que as pessoas estão falando ao seu redor, os barulhos, tudo o que estiver acontecendo ao seu redor, é a altura ideal.”, explica a fonoaudióloga.
Ariane Gonçalves também alerta para os sintomas que requerem a procura de um profissional, sendo o principal deles o zumbido no ouvido. “É importante buscar ajuda do profissional, do fonoaudiólogo, do otorrinolaringologista, sempre que sentir um zumbido no ouvido, estiver com dificuldade para ouvir e entender o que as pessoas falam, e também o volume da televisão se estiver mais alto”, indica a especialista.
A fonoaudióloga recomenda que todos realizem, uma vez por ano, o exame de audiometria.
Deficiência auditiva
Existem diferentes graus de surdez. Na ligeira, a palavra é ouvida, porém certos elementos fonéticos escapam ao indivíduo. No grau mais avançado, conhecido como cofose, o indivíduo não consegue escutar nenhum tipo de som.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% da população brasileira têm deficiência auditiva, o que corresponde a 10 milhões de pessoas.