O tempo médio para a abertura de uma empresa em São Paulo caiu para 22 horas ao final do segundo quadrimestre de 2022, ou seja, o período de maio a agosto. No mesmo período do ano passado, esse prazo estava em dois dias e 22 horas, o que corresponde a uma redução de 48 horas. Já em relação ao primeiro quadrimestre deste ano, a queda foi de 31 horas.
O empresário Rodrigo Lagreca é fundador de uma startup do setor de energia em São Paulo. Segundo ele, essa diminuição do tempo para abertura de uma empresa representa um avanço e incentiva a abertura de novos negócios. Para o empresário, essa evolução se dá por conta das novas tecnologias empregadas no processo de abertura da companhia.
“Os principais benefícios dizem respeito à digitalização dos processos burocráticos que, antes de serem dessa forma, demandavam muito mais tempo e eram mais suscetíveis a erros, uma vez que era preciso juntar documentos em papel, ir a cartório e fazer uma série de coisas que hoje são feitas digitalmente. Então, se há uma falha no processo, o próprio processo não dá continuidade, apontando a necessidade de uma revisão”, destaca.
No Brasil, o tempo médio foi reduzido para 23 horas ao final do segundo quadrimestre de 2022. Trata-se do menor prazo médio já registrado. O atual patamar corresponde a uma redução de 17 horas em relação ao final do primeiro quadrimestre deste ano.
A redução no tempo médio necessário para se abrir uma empresa no Brasil é ainda maior quando notada a evolução da série histórica. Quando a comparação é feita com o início de 2019, a diminuição é de quatro dias e 10 horas.
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O especialista em contabilidade Neomar Camelo destaca que a redução do prazo para se abrir uma empresa é essencial para a movimentação econômica. Para ele, é um sinal de que o país está avançando.
“O que tem feito acelerar o tempo de abertura de uma empresa são novas tecnologias, com utilização de ferramentas e softwares mais avançados. Isso acelera a operacionalização da atividade do empresário. Quanto mais rápido estiver tudo registrado, o empresário terá a oportunidade de girar o seu negócio e, consequentemente, a economia do país”, pontua.
O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Brasil Competitivo, Alexis Fonteyne (Novo-SP), entende que a redução também é uma boa oportunidade para a criação de empregos. No entanto, ele defende que é preciso criar medidas para reduzir ainda mais as burocracias.
“Isso é muito fruto da digitalização, que facilita essa abertura. É uma desburocratização. No entanto, tem muito a ser feito ainda. Esse é um tema bastante trabalhado pela Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, de modo que o Estado não gere tantos entraves para abertura de empresa”, considera.
Os dados constam no Painel Mapa de Empresas, divulgado pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia.
Empresas abertas no Brasil
O Brasil registrou mais de 1,3 milhão de empresas abertas no segundo quadrimestre de 2022, o que corresponde a uma elevação de 2% na comparação com o primeiro quadrimestre do ano.