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Saúde bucal e tabagismo: o que acontece com o sorriso de quem fuma?

Foto por: David Levêque/ Unsplash Images
Foto por: David Levêque/ Unsplash Images

 O tabagismo é comumente associado a problemas respiratórios, mas ele também compromete seriamente a saúde da boca e, consequentemente, do organismo. Conheça alguns problemas causados pelo hábito de fumar e dicas de como cuidar da higiene bucal

O uso do tabaco é a causa de morte mais evitável em todo o mundo. No Brasil, estima-se que o tabagismo cause 477 mortes diárias, totalizando 145.077 mortes anuais evitáveis, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Discussões sobre o uso dessa substância e de derivados – como os vapes – têm se tornado cada vez mais comuns, assim como os riscos para a saúde. Além dos já conhecidos efeitos no organismo, esses hábitos também causam danos à saúde bucal, como manchas nos dentes, mau hálito, gengivite e até câncer bucal.

Dr. Emerson Nakao, dentista e consultor científico da Odontoprev, líder em planos odontológicos na América Latina, explica quais são os problemas causados pelo tabaco e como as pessoas podem cuidar melhor da saúde bucal:

Como o tabaco prejudica a saúde bucal?

A fumaça do cigarro pode conter mais de quatro mil substâncias tóxicas, que prejudicam não apenas a função dos pulmões, mas também dentes, gengivas e toda a cavidade oral. “Ao inalar a fumaça, as substâncias nocivas entram em contato com os tecidos da boca antes mesmo de chegar aos pulmões, aumentando o risco de doenças bucais graves. Outra causa do tabagismo é a redução na produção de saliva, o que favorece o acúmulo de bactérias na boca e pode comprometer funções como a deglutição”, comenta Dr. Nakao.

Problemas buscais entre os fumantes

Seja por cigarro, charuto ou até vapes (cigarros eletrônicos), fumar pode causar diversos problemas bucais, como:

  • Mau hálito crônico: a fumaça do cigarro resseca a boca e reduz a produção de saliva, favorecendo a proliferação de bactérias e o acúmulo de resíduos que causam odores. Sem a limpeza e hidratação da saliva, cresce o número de bactérias anaeróbicas. Mesmo com a escovação diária, as substâncias nocivas permanecem na cavidade oral, gerando o odor indesejado, afetando interação social e autoestima.
  • Redução da saliva: o uso excessivo das substâncias nocivas pode levar a uma redução da produção de saliva, que é essencial para funções como digestão inicial, lubrificação, limpeza da cavidade oral e proteção contra infecções. Quando sua produção é reduzida resultando na boca seca (xerostomia), além de ser um desconforto, pode gerar diversas complicações como: aumento do risco de cáries, doenças gengivais, mau hálito, dificuldade para engolir, falar e mastigar. Além de desconfortos como ardor na língua, garganta seca e sede excessiva.
  • Dentes amarelados e manchados: o contato frequente com a nicotina e o alcatrão faz com que esses elementos grudem no esmalte e, com o tempo, podem escurecer os dentes, gengivas e a mucosa bucal, comprometendo o sorriso.
  • Gengivite e periodontite: o cigarro facilita o acúmulo de placa bacteriana e tártaro ao redor dos dentes, provocando inflamação na gengiva, infecções, perda óssea e perda dentária ao longo do tempo.
  • Câncer bucal: segundo o AC Camargo Cancer Center, 90% dos casos estão relacionados ao tabagismo; fumantes têm de 4 a 15 vezes mais chances de desenvolver câncer de boca, afetando lábios, língua, gengiva e outras áreas. O risco aumenta ainda mais com o consumo de álcool e a falta de higiene bucal.

Dicas de como cuidar da saúde bucal e reduzir os danos do cigarro

  • Parar de fumar: após 10 anos sem fumar, o risco de câncer bucal se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou. O apoio de profissionais e grupos de cessação do tabagismo pode ajudar nesse processo. Já os sinais de recuperação da saúde bucal são quase que imediatos, ocorrendo logo após alguns dias.
  • Manter uma boa higiene bucal: escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia, usar fio dental e visitar o dentista regularmente para prevenir problemas bucais, como por exemplo, a irritação provocada na língua ou o interior das bochechas por dentes ásperos, superfícies irregulares em restaurações, coroas ou dentaduras, pode causar lesões malignizáveis. O diagnóstico precoce é fundamental.
  • Beber bastante água: manter-se hidratado ajuda a reduzir o ressecamento da boca.

E atenção: Fumo passivo também é fator de risco!
Para o Dr. Emerson Nakao é importante identificar os gatilhos para a vontade de fumar. “O tabagismo traz riscos reais para a saúde. Com pequenas mudanças de hábitos e o acompanhamento de profissionais, inclusive o dentista, é possível reverter muitos desses danos. A pessoa precisa saber reconhecer o que causa a vontade de fumar, que pode estar relacionada ao estresse, ansiedade, questões pessoais e hábitos. Com esse reconhecimento fica mais fácil buscar ajuda”, finaliza.

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