O estudo da Mercer Marsh Benefícios, Redefinindo a Saúde Mental 2025, ouviu 746 organizações sediadas no México, Brasil, Colômbia, Peru, República Dominicana, Panamá, Chile, Argentina, Uruguai e Porto Rico
De acordo com um estudo realizado pela consultoria de saúde Mercer Marsh Benefícios, a maioria (58%) das empresas na América Latina e no Caribe considera a saúde mental um pilar fundamental de seus planos estratégicos de negócio. No entanto, apenas 12% medem ou gerenciam eficazmente os riscos psicossociais associados ao esgotamento profissional (ou burnout) — que agora é amplamente reconhecido como um desafio global de saúde mental no local de trabalho — e menos de uma em cada dez (9%) realiza medições específicas do esgotamento.
O estudo da Mercer Marsh Benefícios, Redefinindo a Saúde Mental 2025, pesquisou 746 organizações sediadas no México, Brasil, Colômbia, Peru, República Dominicana, Panamá, Chile, Argentina, Uruguai e Porto Rico. Neste estudo intergeracional, a maioria dos entrevistados (52%) tinha entre 22 e 37 anos, seguidos pelo grupo de 38 a 53 anos (48%).
No Brasil, 149 empresas multinacionais (67%), nacionais (28%) e multilatinas (5%) participaram do estudo. São companhias de alta tecnologia, indústria de manufatura, mineração, metalurgia e química, saúde, seguros, energia, comércio e varejo, alimentos e bebidas, entre outras. 52% dos colaboradores têm entre 22 a 37 anos e 48% de 38 a 53.
Embora quase metade das organizações na América Latina (45%) realize estudos periódicos para medir a saúde mental de seus funcionários, o levantamento relata que 55% carecem de dados recentes, o que limita sua capacidade de agir com base em informações atualizadas. Além disso, apenas 37% avaliam e implementam ações baseadas em seus achados, deixando uma ampla margem para melhoria na gestão ativa da saúde mental e do bem-estar emocional dos funcionários em geral.
A saúde mental representa um desafio financeiro crítico para as organizações. Dados da Organização Mundial da Saúde sugerem que cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos a cada ano devido à depressão e ansiedade, com um impacto econômico próximo a US$ 1 trilhão, por ano, em perda de produtividade. Os custos anuais de um funcionário com depressão podem ser até 4,2 vezes maiores do que os de um trabalhador sem essas condições, considerando despesas médicas, farmacêuticas e por incapacidade.
“Embora a saúde mental no local de trabalho na América Latina e no Caribe esteja na agenda principal dos negócios, persistem desafios significativos para gerenciar eficazmente a depressão, a ansiedade e o esgotamento profissional. A integração da saúde mental em estratégias empresariais mais amplas, a medição efetiva e o uso de tecnologias avançadas para apoiar os funcionários são chaves para fechar a lacuna entre a avaliação e a ação, e para garantir um ambiente de trabalho saudável e resiliente que contribua para a sustentabilidade e produtividade organizacional a longo prazo”, diz Ariel Almazán, Líder de Consultoria em Saúde para a Mercer Marsh Benefícios na América Latina e Caribe.
Segundo o estudo, o uso de plataformas digitais para o apoio à saúde mental é quase universal (95%), mas apenas 5% das organizações utilizam inteligência artificial para otimizar seus programas de gestão da saúde emocional. Além disso, apenas 54% verificam os perfis profissionais e permissões em suas plataformas, o que pode afetar a qualidade e segurança dos serviços oferecidos. Da mesma forma, apenas 23% utilizam avaliações psicológicas nos processos de recrutamento, e 7% não utilizam nenhuma ferramenta de medição.