Executiva de Pessoas da NAVA destaca o uso da tecnologia e outras medidas essenciais para aprimorar o trabalho de equipes de RH e promover o bem-estar organizacional
Após o retorno das férias, muitos profissionais retomam suas atividades, o que torna este início de ano um momento ideal para refletir sobre a saúde mental no ambiente corporativo. O trabalho de conscientizar sobre saúde emocional segue mais relevante do que nunca uma vez que, dados da Medprev revelam que, entre janeiro e julho de 2024, a busca por termos relacionados à síndrome de burnout aumentou 37% em comparação ao mesmo período de 2023, destacando o impacto crescente desse problema na vida dos trabalhadores.
Atenta aos dados, Tatiana Porto, Chief of People Office da NAVA Technology for Business, entende que a mudança está no debate e na busca constante de informação sobre o tema, reforçando o papel fundamental das empresas na promoção do bem-estar emocional de seus colaboradores. “Estimular a discussão e apresentar soluções práticas é o caminho mais adequado para que as organizações consigam contribuir para a criação de um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado”, afirma, elencando três recomendações para que as empresas consigam criar uma cultura organizacional que valorize o bem-estar emocional de todos os colaboradores.
- Use dados a seu favor: A tecnologia tem sido uma grande aliada em diversas áreas, e os recursos humanos não ficam atrás quando se trata de aproveitar os dados como fator estratégico no trabalho. O RH tem buscado formas de utilizar a tecnologia para captar e analisar informações, permitindo a realização de análises avançadas (analytics) que auxiliam na tomada de decisões. Com base nos dados, que podem ser coletados por meio de pesquisas, é possível identificar tendências, antecipar crises e agir preventivamente. Além disso, essa abordagem orienta investimentos mais assertivos e alinhados aos objetivos organizacionais
- Esteja aberto ao diálogo: Para lidar com trabalhadores que retornam após afastamento por burnout e evitar que mais funcionários sejam afetados, é preciso verificar as orientações médicas e avaliar possíveis adaptações na rotina, como mudanças de área ou projeto, se necessário. Promover a proximidade entre líder e colaborador também contribui para garantir conversas francas, empáticas e transparentes, que demonstrem compreensão e apoio no processo de readaptação.
- Proporcione equilíbrio entre metas e bem-estar: desenvolver uma cultura organizacional saudável é primordial, uma vez que, quanto maior o engajamento pessoal, maior será a produtividade. Profissionais que mantêm um equilíbrio mental e emocional saudável tendem a gerar retornos financeiros superiores aos daqueles que estão sobrecarregados. Estudos divulgados pela Gallup vão ao encontro dessa afirmação, evidenciando que empresas que mantêm elevados níveis de engajamento entre seus colaboradores alcançam resultados de negócios consideravelmente superiores, incluindo um aumento de até 23% na lucratividade e uma redução de 43% na rotatividade de pessoal.
Cuidados pessoais
Além do âmbito corporativo, o próprio indivíduo deve adotar hábitos que contribuam para sua saúde emocional. Identificar sinais de ansiedade é crucial para evitar que se agravem, observando manifestações físicas, emocionais e comportamentais, como tensão, irritabilidade ou alterações nos hábitos. Outro ponto importante para a manutenção do bem-estar mental é o compartilhamento de experiências com colegas, pois isso pode oferecer apoio emocional e abrir caminhos para soluções. O autocuidado, com pausas e momentos de descompressão, também ajuda a recarregar energias. Além disso, cuidar da saúde física por meio de uma alimentação equilibrada, sono de qualidade, exercícios, meditação e momentos de lazer contribui para o equilíbrio entre corpo, mente e relações sociais, promovendo bem-estar e criatividade.
Tatiana Porto reforça que o bem-estar psicológico é fundamental para o bom desempenho e o crescimento na carreira. “É essencial que o profissional esteja emocionalmente equilibrado para alcançar todo o seu potencial. Embora desrespeitar os próprios limites possa parecer uma estratégia tentadora para obter resultados imediatos, essa abordagem pode levar a consequências graves, como o burnout e outros tipos de esgotamento físico e mental, que podem acompanhar o indivíduo por toda a sua trajetória”.