Modelo envolve inteligência de dados e analisa predisposições genéticas, oferecendo cuidados personalizados e antecipados
Estima-se que a escassez de dados e a falta de compartilhamento de informações sobre pacientes entre profissionais e instituições de saúde seja responsável por 90% dos casos de erros médicos, de acordo com The BMJ, uma das principais publicações sobre medicina do mundo. Os números mostram a importância da saúde preditiva e na sua capacidade de salvar vidas. A abertura desse debate é fundamental no segmento da Saúde e Nutrição, celebrado anualmente no dia 31 de março.
“A saúde preditiva é uma iniciativa focada em analisar riscos e calcular probabilidades futuras de um indivíduo desenvolver determinada doença, a fim de tornar a intervenção médica mais ágil e precisa. Ou seja, a medicina preditiva olha para o histórico do paciente de maneira ampla, levando em consideração pontos como genética, condições biológicas, hábitos, etc”, explica Marcos Moraes, Diretor da vertical de saúde da FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios.
A medicina preditiva pode ser realizada com o uso de tecnologias emergentes, como wearables, inteligência artificial, mapeamento genético e nanotecnologia. “Se um parente, por exemplo, já teve alguma doença como câncer, o profissional de saúde já pode entender as probabilidades de aquela pessoa ter o mesmo problema, pensando em como evitar ou já tratar de forma precoce”, complementa o executivo.
Para que a predição possa ser difundida na saúde, a interoperabilidade dos sistemas é um pré-requisito. Este conceito aborda a capacidade de comunicação entre os mais variados softwares, para que eles possam trabalhar de forma padronizada e integrar diferentes fontes de dados.
“Ao ter todo o histórico de saúde do paciente integrado e acessível em um só lugar, desde exames, sinais vitais, alimentação, vacinas e comportamentos, os provedores de saúde conseguem ter uma visão 360º de toda a situação e oferecer cuidado preventivo, além de um diagnóstico mais assertivo”, continua Moraes.
É importante ressaltar que a medicina preditiva é diferente da medicina preventiva. Na preditiva, o foco é prever predisposições para doenças com base em informações genéticas, através da inteligência de dados. Já na preventiva, o objetivo é promover mudanças de comportamento, como o abandono de hábitos nocivos, visando melhorar a qualidade de vida das pessoas e prevenir doenças.
A seguir, o executivo lista os principais benefícios da saúde preditiva acompanhada de prevenção:
- Antecipação de riscos e atuação precoce: a partir do momento que uma predisposição é alertada, é possível ter um tratamento mais assertivo de forma imediata, evitando qualquer degradação. Dessa forma, instituições da saúde vêm buscando adotar esta abordagem, com objetivo de acompanhar o paciente ao longo de sua jornada em vez de tratar doenças de maneira pontual.
- Redução de custos e desperdícios: é muito mais caro remediar do que prevenir. Portanto, com a medicina preditiva, é possível evitar os altos custos gerados pelo atendimento assistencial reativo.
- Melhor experiência para o paciente: Quando a medicina preditiva é aplicada, o paciente passa a fazer a autogestão de sua saúde, com objetivo de melhorar sua qualidade de vida, não importa de onde esteja. Isso porque com a tecnologia, a maioria das questões, diagnósticos e prevenção podem ser feitos a distância.