Organizações que não tratarem os dados como parte integrante das operações podem não conseguir existir em um futuro próximo
Com o crescimento no uso de smartphones, além dos veículos e eletrodomésticos conectados, houve uma explosão na quantidade de dados disponíveis. O tratamento dessas informações tornou-se fundamental para as empresas nos dias de hoje. Organizações que não tratarem os dados como parte integrante de suas operações podem não conseguir existir em um futuro próximo.
Em 2008, apenas 3 das 10 empresas mais valiosas do mundo tinham alguma política para utilização de dados como insights para formatação de produtos e serviços. Agora, este número subiu para 7.
A consultoria em tecnologia da informação Accenture estima que o mundo produz 5 exabytes de dados por dia. Em 2025, esse número pode chegar a 463 exabytes por dia. Tais informações são altamente valiosas para a indústria de seguros, que pode identificar e prever tendências e padrões, dimensionar riscos e identificar fraudes com maior precisão. Além disso, ao coletar e aproveitar os insights obtidos pelos dados através da Inteligência Artificial, do Machine Learning, da análise de big data e da análise preditiva, o setor pode oferecer novas soluções e melhores experiências para o consumidor.
Neste sentido, um levantamento da McKinsey demonstra que as seguradoras que oferecem melhores experiências têm chances 80% maiores de reter os clientes do que empresas que não o fazem.
“Muitas seguradoras olham para cada ponto de contato com o cliente como um evento discreto, mas os clientes veem esses eventos como etapas em uma viagem única para atender a importante necessidade de proteger a si mesmos e seus familiares. Esse cliente pode, por exemplo, estar se recuperando de um acidente. Melhorar a satisfação do cliente pode ser um motor de crescimento rentável, por isso, estabelecer experiências funcionais em multicanais deve ser uma prioridade para os CEOs e membros do conselho das companhias”, informa trecho do estudo.
Para Chris Moore (chefe do sindicato Apollo ibott 1971), os clientes não querem mais uma relação comprador-vendedor, mas uma parceria estratégica. Para o especialista, o grande sinal de alerta para o setor de seguros é sentar e não fazer nada. No ano passado, o CEO da Tesla, Elon Musk, anunciou planos para lançar a própria oferta de seguros de sua empresa, com uma declaração de que os prêmios seriam calculados com base no comportamento ao dirigir, e não em “fatores tradicionais como crédito, idade, sexo, histórico de sinistros e registros de direção” usados por seguradoras.
“Isso, para mim, é bastante assustador”, disse Moore. “Não acho que Elon Musk queira ser um segurador. Não é tão glamoroso. Mas acho que ele está fazendo isso porque está dizendo: ‘Eu me recuso a permitir que uma indústria bloqueie onde eu vejo o futuro’. E é por isso que acho que temos que digitalizar. Se não o fizermos, tenha certeza de que alguém o fará”, completou em entrevista à Technology Magazine.