O seguro auto passa por uma transformação significativa no Brasil. Segundo um levantamento realizado pela NeoCharge, empresa referência em soluções para recarga de veículos elétricos, o aumento da frota de veículos híbridos e 100% elétricos já ultrapassou a marca de 480 mil unidades circulando no país. E a popularização de modelos de contratação mais flexíveis, como o Pay Per Use, seguradoras e consumidores estão diante de um novo cenário.
A chegada da Black Friday e o período de renovação de apólices no fim do ano ampliam o interesse por opções que ofereçam proteção adequada e preços competitivos. Entre as prioridades de quem está efetuando as cotações, aparecem coberturas específicas para baterias, sistemas elétricos e panes associadas ao conjunto eletrônico dos novos veículos.
Por que o seguro para elétricos e híbridos está em evidência
Os carros elétricos e híbridos têm crescido ano após ano, impulsionados por maior consciência ambiental, incentivos fiscais e, claro, o avanço das montadoras no país. Mas, se na prática eles são mais econômicos no uso, no seguro o cenário ainda gera dúvidas.
O setor de veículos elétricos (VEs) no Brasil registrou um crescimento significativo ao longo do ano, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Em setembro de 2025, o mercado estabeleceu um novo marco mensal, com 21.515 unidades emplacadas. Esse volume representa um aumento de 6,4% em relação ao mês de agosto de 2025, além de um salto de 62% na comparação com o mesmo mês do ano anterior (setembro de 2024).
Todavia, as vendas de veículos leves eletrificados no primeiro semestre de 2025 também demonstraram forte expansão, registrando um aumento de 9,5% e totalizando 86.849 unidades comercializadas.
Fatores explicam o salto no interesse por seguros especializados
Custo elevado de reparo
A bateria de um veículo elétrico pode representar até 40% do valor total do carro. Além disso, oficinas com capacidade técnica para reparos ainda são limitadas. Isso faz com que seguradoras criem protocolos específicos e coberturas diferenciadas.
Motores elétricos, inversores, sistemas de refrigeração e cabos de alta voltagem exigem mão de obra especializada. Sem uma apólice adequada, o reparo pode sair muito acima da média.
Crescente demanda por proteção completa
O proprietário desses veículos busca segurança especialmente para:
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Bateria de tração
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Cabos e conexões de alta tensão
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Módulos eletrônicos
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Pane elétrica específica
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Reembolso ou substituição por danos acidentais
Por isso, as seguradoras que oferecem essas coberturas ganham vantagem competitiva na atualidade, já que muitos consumidores relatam dificuldade em encontrar contratos que detalhem claramente esses itens.
Pay Per Use: pagar pelo que usa também impulsiona o mercado
Outra tendência que ganha força em 2026 é o seguro Pay Per Use. Ele funciona como um plano de streaming: o cliente paga uma mensalidade básica baixa e adiciona um valor proporcional aos quilômetros rodados.
Vantagens que atraem consumidores nesta época do ano
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Redução de custos para quem dirige pouco
Ideal para pessoas que trabalham em home office, usam o carro somente nos fins de semana ou possuem mais de um veículo na família.
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Maior transparência
O consumidor visualiza quanto está pagando de forma proporcional ao uso.
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Adequação ao perfil moderno de mobilidade
Com mais pessoas usando transporte por aplicativo, bicicleta e transporte público, o carro deixa de ser protagonista no cotidiano.
Durante a Black Friday, esse modelo tende a ser muito buscado porque oferece preços iniciais mais baixos, o que seduz consumidores comparando ofertas de renovação.
Black Friday e renovação de apólices: momento ideal para comparar e exigir cobertura completa
Novembro é um mês decisivo para o seguro auto. Além das condições comerciais agressivas, seguradoras aproveitam o período para apresentar novos produtos ligados à eletrificação e uso inteligente.
No entanto, ao renovar ou contratar uma apólice para elétricos ou híbridos, preste atenção a:
Cobertura da bateria de tração
Ademais, verifique se cobre danos acidentais, curto-circuito, alagamentos e falhas de fabricação.
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Pane elétrica ampliada: algumas apólices cobrem apenas o básico; outras incluem módulos eletrônicos mais complexos.
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Reboque especial para veículos elétricos: nem toda plataforma aceita transporte de alta voltagem.
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Roubo e furto do carregador portátil (EVSE): acessório que pode custar milhares de reais.
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Inclinação por Pay Per Use: para quem está migrando de um modelo tradicional, é importante checar estimativa de km mensais, franquia e custo por km.
Com mais informação, consumidores têm buscado apólices que protejam o investimento, já que os preços de carros elétricos ainda são mais altos e as peças, mais caras.
Como seguradoras estão respondendo a essa demanda
O setor tem se movimentado rapidamente. Portanto, entre as principais estratégias das seguradoras estão:
- Lançamento de produtos exclusivos para elétricos: com coberturas detalhadas e assistência 24h adaptada.
- Parcerias com montadoras e eletropostos: que reduzem custos de manutenção e permitem benefícios adicionais.
- Aprimoramento do modelo Pay Per Use: com aplicativos que monitoram o uso em tempo real e oferecem personalização de quilometragem.
- Treinamento de oficinas e redes credenciadas: para lidar com tecnologia de alta voltagem com segurança.
Por essa razão, o avanço dessas soluções tende a consolidar um mercado que, até pouco tempo atrás, ainda era considerado nicho.
Um mercado em transformação, impulsionado pela eletrificação e pelo consumo inteligente
Assim sendo, a chegada de novos modelos elétricos ao Brasil, somada ao desejo por flexibilidade e economia, tem redefinido o seguro auto. A Black Friday e a corrida pela renovação de apólices apenas aceleram um movimento que deve se estender para 2026: consumidores exigindo coberturas modernas, transparentes e alinhadas ao uso real do veículo.
Neste sentido, o momento é estratégico para o setor de seguros. Assim sendo, acompanhar essas mudanças significa não só atender o novo perfil de motorista, mas também liderar a próxima fase da mobilidade no país.
