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Seguro Cibernético cresce entre grandes corporações, mas PMEs ainda são desafios

Sérgio Luiz Bernardelli Junior, advogado do escritório Ernesto Borges Advogados / Foto: Divulgação
Sérgio Luiz Bernardelli Junior, advogado do escritório Ernesto Borges Advogados / Foto: Divulgação

Confira artigo de Sérgio Luiz Bernardelli Junior, advogado do escritório Ernesto Borges Advogados

Golpes virtuais são uma constante indesejada da vida moderna. Poucos de nós – se é que há alguém – passam seus dias sem receber SMS, ligação, e-mails ou contatos de fontes duvidosas, seja oferecendo promessas de ganhos fantasmas (como loterias nas quais nunca apostamos), notificações de “dívidas” que desconhecíamos ou, até uma herança milionária de origem pitoresca.

Só no Brasil, a insegurança virtual pode ser representada pelo aumento de 38% no número de golpes no primeiro trimestre deste ano, conforme aponta a plataforma Check Point Research. Globalmente, os prejuízos são estimados na casa dos 10 trilhões de dólares, de acordo com a Cybersecurity Ventures.

Evidentemente, a realidade preocupante não se limita apenas aos pequenos golpes pessoais nas redes, mas inclui, principalmente, os ataques direcionados a empresas. Com a digitalização dos mercados, as companhias expandiram sua presença online, tornando-se também muito mais vulneráveis a uma variedade de ataques.

É principalmente essa necessidade de segurança empresarial online que lidera as movimentações do mercado de seguro cibernético. Embora muitas das grandes empresas possuam departamentos internos dedicados à defesa e proteção contra ataques virtuais, o seguro cibernético se torna um aliado contra prejuízos – financeiros e de reputação – que podem ser devastadores.

Boas práticas e uma infraestrutura de segurança são fundamentais, porém não garantem a proteção em um mundo tão frágil quanto o digital. Não é à toa que já vimos gigantes globais, como Microsoft, Uber, assim como redes de postos de combustível, grandes marcas do varejo e até o Ministério da Saúde sofrerem ataques virtuais no Brasil.

Os números, entretanto, apontam que o maior risco está predominantemente nas pequenas e médias empresas (PMEs). Isso acontece justamente por esses negócios contarem com sistemas de segurança menos elaborados e terem baixo (ou nenhum) investimento em prevenção a tais ataques. No ano de 2022, as PMEs foram alvo de 62% de todos os ataques cibernéticos no país.

No mercado de seguros, observamos um crescimento significativo na área de seguro cibernético. Segundo a Confederação Nacional de Seguradoras (CNseg), a demanda por esse tipo de seguro aumentou impressionantes 880% nos últimos cinco anos, ultrapassando os R$ 200 milhões anuais.

Embora haja um otimismo justificável em relação ao crescimento do mercado de seguros cibernéticos, é importante destacar que essa realidade ainda se aplica principalmente às grandes empresas. Ainda há vasto potencial de expansão para produtos voltados às empresas médias e pequenas, que representam grande parcela dos negócios brasileiros e são amplamente afetadas por esses riscos, no entanto, para que esse avanço ocorra, é essencial aumentar a conscientização sobre os riscos relacionados e promover uma mudança de mentalidade em relação ao investimento em proteção cibernética, que se tornou indispensável neste cenário.

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