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Seguro de vida: de coadjuvante a protagonista no Brasil

Seguro de vida: confira 05 dicas para contratar o melhor plano em 2024/ Foto: Freepik
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Confira artigo de Philippe Enke Mathieu, CEO da GFX – Inteligência Financeira

O comportamento financeiro do brasileiro está passando por uma transformação nos últimos anos. Especialmente após a pandemia, temas antes pouco abordados, como planejamento de longo prazo, proteção familiar e segurança patrimonial passaram a ocupar um espaço mais relevante nas decisões financeiras. Um dos reflexos mais evidentes dessa mudança é o crescimento expressivo do seguro de vida individual, um dos temas que ganhou bastante destaque no MDRT Annual Meeting 2025, realizado em junho, em Miami (EUA), reunindo profissionais de mais de 59 países para debater tendências do setor, melhores práticas, tecnologia, liderança e inovação.

Falar em seguro de vida hoje tem se tornado cada vez mais fundamental, considerando que o setor no Brasil registrou R$ 5,6 bilhões em benefícios pagos no primeiro quadrimestre de 2025, um crescimento de 10,1% na comparação com o mesmo período de 2024, de acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Esse número, por si só, já indica um salto de percepção para boa parte da população, que deixou de considerar o seguro de vida apenas como um produto vinculado à morte e passou a reconhecê-lo como uma ferramenta de proteção e planejamento financeiro.

Como especialista na área, observo essa tendência diariamente no relacionamento com clientes. O brasileiro está começando a entender que o seguro de vida também pode servir como instrumento de proteção de renda, cobertura para doenças graves, educação dos filhos e até sucessão patrimonial. E o crescimento atual revela não apenas uma maior conscientização, mas também uma mudança no perfil dos consumidores, que buscam produtos mais personalizados, com coberturas ajustadas à sua realidade e aos seus objetivos de vida.

Mas esse crescimento também se deve a uma nova abordagem que tem sido feita com os consumidores, mais humana, personalizada e centrada no propósito. Nesse contexto, o papel do consultor financeiro vai muito além de vender apólices — ele se torna um agente de proteção emocional e de estabilidade intergeracional para as famílias. Essa abordagem, inclusive, foi o foco de uma das palestras de maior prestígio no MDRT, ministrada por Joe Jordan, referência internacional do setor. Na sua fala, Jordan ressalta que “você não vende seguro, você vende a continuação da vida”. Essa virada de chave reforça o papel consultivo do profissional, que precisa ser empático, disposto a ouvir e capaz de traduzir soluções financeiras em cuidado, segurança e tranquilidade.

Outro fator a se considerar e que deve impactar o setor nos próximos anos é o envelhecimento da população. Pela primeira vez na história, a maioria das pessoas terá de financiar sua própria longevidade, muitas vezes sem rede de apoio e com risco de perda de autonomia. Isso exige que os produtos de vida e previdência se adaptem: mais flexíveis, mais focados em planejamento de longo prazo e proteção à renda na maturidade. Além disso, o crescimento da população feminina idosa, que costuma viver mais tempo e sozinha, traz à tona a urgência de pensar soluções que considerem essa realidade demográfica.

Paralelamente, cresce a busca por uma comunicação mais emocional e autêntica no relacionamento com o cliente. Histórias reais, linguagem simples e um posicionamento ético serão diferenciais competitivos. Não basta apresentar números; é preciso mostrar presença, conexão e propósito. As empresas e profissionais que conseguirem se posicionar como aliados da família, e não apenas como prestadores de serviço, terão mais espaço para fidelizar e ampliar suas carteiras.

Por fim, o futuro do setor de vida e previdência deve ser guiado, principalmente, pelos eixos de personalização, educação financeira e compromisso social. O consultor deixa de ser apenas um vendedor para assumir o papel de educador, conselheiro e defensor da proteção familiar. Diante dessa realidade, o seguro de vida reafirma seu papel como uma ferramenta essencial para garantir cuidado e consolidar o planejamento das famílias com segurança e transparência

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