Apólice pode ser usada pelos herdeiros para custear o valor do inventário, que pode ultrapassar 20% (diretos e indiretos) do patrimônio e beneficiários podem enfrentar bloqueio e burocracia
Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) de fevereiro mostram que foram pagos R$ 4,69 bilhões em prêmios de seguro de vida no Brasil, sendo 47% para produtos de Vida e 29% para prestamistas. De acordo com o especialista do setor e CEO da holding Life Brasil, Alberto Junior, as duas modalidades são as mais comuns para quem quer diversificar os seguros e garantir um futuro mais tranquilo quando o assunto é herança, por exemplo.
O processo de sucessão é a transferência de bens de uma pessoa para seus herdeiros – chamado, então, de herança. A modalidade não está necessariamente atrelada à morte, mas sim a um planejamento de futuro.
“Para haver o espólio, que é a divisão de bens entre os herdeiros, gera a necessidade do inventário. O ideal é que seja feito em vida e é um processo oneroso. Caso a família não tenha o valor necessário para desbloquear os bens, que pode ultrapassar 20% (diretos e indiretos) do patrimônio, eles podem ficar indisponíveis”, explica Alberto Junior.
As modalidades são diversas para essa finalidade, utilizando o seguro de vida de acordo com a realidade de cada indivíduo.
Vantagens do seguro de vida
O seguro de vida é isento do Imposto de Renda e do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Também é impenhorável e não é contemplado pelo inventário. Segundo Alberto, isso traz mais segurança para o momento de contratar o serviço.
Após o sinistro a seguradora possui 30 dias para pagar o prêmio, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o que deve ocorrer diretamente na conta dos beneficiários. “Mas as seguradoras, por entenderem o momento da família, costumam levar menos tempo que isso”, elucida o executivo.
Como escolher um seguro de vida?
Decidir por um seguro de vida é, para Alberto, uma decisão assertiva. “Não sabemos o que nos reserva o futuro, por isso que preparar-se para cenários extremos é importante. Recursos financeiros são sempre necessários para resolver qualquer situação”.
Para escolher a modalidade mais adequada, é preciso ter em mente para que serve o seguro de vida. “Os prêmios do seguro de vida podem cobrir a renda em caso de doenças graves, invalidez, acidentes, funeral e para o próprio planejamento sucessório”, explica o executivo.
Existem quatro modalidades de seguros de vida. O primeiro é o seguro de vida individual, para quem busca cobertura para si e seus dependentes em qualquer ciclo vital. “Pode auxiliar em momentos de eventualidades e ainda oferece suporte para crianças em seus primeiros anos de vida, orientação nutricional e psicológica e até assistência para animais de estimação”, comenta Alberto.
“A segunda modalidade, e a mais popular, é a do seguro de vida temporário. Consiste em um tempo fixo de pagamento e cobertura do segurados. Um bom exemplo é o de seguro-viagem, normalmente contratado para períodos curtos que, além de garantir a cobertura em caso de ocasionalidades do próprio deslocamento como extravio de bagagens, também prevê indenização em caso de acidentes ou mortes”, esclarece o CEO da holding Life Brasil.
O seguro de vida vitalício vem em terceiro lugar, com sua característica de não precisar ser renovado periodicamente, apenas pode sofrer atualizações da inflação. E a quarta modalidade é a de seguro de vida coletivo ou em grupo, que é normalmente oferecido pelas empresas aos seus colaboradores. Segundo Alberto, é uma forma de oferecer segurança à família, mas o ideal é que seja complementado com individual.