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Seguro é fundamental para o desenvolvimento da infraestrutura no Brasil e no mundo, dizem especialistas em Paris

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Da elaboração dos projetos à execução das obras, participação do mercado segurador é chave para o adequado compartilhamento de riscos

O setor de seguros pode ser a chave para impulsionar os investimentos em infraestrutura no Brasil e no mundo, ao atuar como instrumento de garantia, mobilizador de capital privado e indutor de segurança jurídica. Essa foi a conclusão do painel “Seguros e Investimento em Infraestrutura”, durante o Fórum de Seguros França-Brasil, em Paris, na última quarta-feira (4). Especialistas e autoridades dos dois países defenderam que a integração efetiva do mercado segurador às políticas de infraestrutura é essencial para destravar obras, ampliar parcerias público-privadas e construir uma economia mais resiliente.

Na abertura do painel, Philippe Taffin, chefe do departamento de Economia e Finanças da France Assureurs, destacou o papel central que o seguro pode exercer em projetos de infraestrutura. Segundo ele, além de mitigar riscos, o setor tem o potencial de atrair recursos privados para empreendimentos essenciais. “O seguro atua como ferramenta de garantia e também como alavanca para mobilizar capital privado, contribuindo diretamente para a viabilidade econômica e jurídica dos projetos”, afirmou.

Leonardo Deeke Boguszewski, presidente do Conselho de Administração da Junto Seguros, destacou que o Brasil vive um momento favorável à atuação do setor, impulsionado, entre outras coisas, por mudanças legislativas como a nova Lei de Licitações. “Há uma série de projetos a caminho e, felizmente, as seguradoras hoje têm instrumentos para apoiá-los. A exigência de garantias mais robustas nos contratos abriu espaço para o setor agregar valor desde a análise técnica dos riscos até a viabilidade das obras”, explicou.

A segurança jurídica, por sua vez, foi apontada como elemento crucial para garantir a previsibilidade necessária à expansão dos investimentos. O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, alertou sobre os riscos da instabilidade institucional. “O setor de seguros gosta do risco, precisa do risco. Mas há um risco que nem o setor pode suportar: o da insegurança jurídica. Sem a certeza de que os contratos serão respeitados, todo o arcabouço perde eficácia”, afirmou.

Para Davide Negri, gerente sênior de investimentos do BNP Paribas Cardif, o setor de infraestrutura é especialmente atrativo para seguradoras por suas características estruturais: diversificação, resiliência a choques econômicos e proteção contra a inflação. “Os fluxos de caixa desses projetos costumam estar indexados à inflação, o que é uma característica muito relevante para os investidores institucionais”, disse.

A experiência francesa também foi destacada no evento, com ênfase na mobilização da poupança individual como ferramenta de financiamento de uma economia resiliente. Segundo os participantes, o Brasil não está distante dessa realidade: com uma agenda robusta de investimentos em transporte, energia e infraestrutura urbana, o país tem potencial para ampliar a participação do setor privado por meio de parcerias público-privadas (PPPs), com o setor segurador ocupando papel de destaque.

O Fórum França-Brasil de Seguros, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) em parceria com a France Assureurs, marca um novo capítulo da internacionalização do mercado segurador brasileiro. A proposta é fortalecer a cooperação bilateral, fomentar soluções inovadoras e integrar o seguro aos grandes projetos de desenvolvimento nacional, incluindo os voltados à resiliência climática e à inclusão econômica.

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