Especialista da Alper explica sobre mitos e verdades da contratação de seguros por parte dos organizadores de grandes eventos como Carnaval, shows e festivais
Seja em eventos empresariais em pavilhões ou grandes festivais de músicas, 2024 deve proporcionar entretenimento para milhares de pessoas em todo País. Com isso, o mercado do seguro de eventos se agita e emerge para proteger os organizadores contra adversidades imprevisíveis. Para se ter uma ideia do tamanho do ecossistema que estamos falando, os festivais de música tiveram crescimento de mais de 54% no Brasil em 2023, sendo mais de 260 eventos, ao todo. Em São Paulo, até setembro, dados da SPTuris apontam que mais de R$ 7,6 bilhões foram movimentados, gerando mais de 25 mil empregos com carteira assinada. Com isso, o seguro se faz fundamental e vai além das diversas eventualidades como chuvas, ventos e cancelamentos. Dentro do escopo estão desde danos a equipamentos, proteção a artistas e equipe, até danos a terceiros nas proximidades do local, como o roubo de ingressos.
Um ponto que Ilan Kajan, vice-presidente de riscos corporativos da Alper Corretora de Seguros destaca é que diferente do que se imagina, o seguro ao evento repassado para o cliente final não representa grande parte do valor. Ele destaca que a pirataria de ingressos, embora seja um desafio constante para as autoridades, sua existência não afeta diretamente o preço do seguro de eventos e por consequência não aumenta o ingresso. “Este ato ilícito não encontra na cobertura no seguro, porém se organização falhar na venda de ingressos e for comprovado, a cobertura securitária pode ser acionada”, explica.
Sobre o Carnaval, Ilan destaca que o desfile no sambódromo por ser um ambiente controlado tem menos riscos de sinistro do que um bloco de rua onde os há uma exposição maior a danos pessoais e materiais envolvendo terceiros aumenta exponencialmente a necessidade da contratação do seguro. Vale lembrar que em 2023, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), o número de celulares roubados ou furtados chegou a quase 3,5 mil durante os quatro dias da folia.
O executivo destaca que as principais causas de sinistro são diversas e dependem do local, da infraestrutura e do público envolvido. Ele lembra que existe um mito que eventos com construções estabelecidas como sambódromos e pavilhões, onde teoricamente há redução de risco de danos, também procuraram a contratação de seguros. “Vale destacar que a responsabilidade do organizador não é eliminada, especialmente em eventos privados. Para se ter ideia, o prêmio pago pelo seguro desta modalidade em 2023 atingiu a estimativa significativa de R$100 milhões, refletindo a crescente consciência sobre a importância desse recurso”.
Em um setor onde a imprevisibilidade é constante, o seguro de eventos emerge como um aliado indispensável, proporcionando não apenas proteção financeira, mas também tranquilidade aos produtores e ao público ávido por experiências inesquecíveis.