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Seguro para grandes obras é uma aposta do mercado, que investe cada vez mais em especialistas

Pedro Suplicy, diretor de Infraestrutura, Construção e Mercado Imobiliário da Gallagher Brasil
Pedro Suplicy, diretor de Infraestrutura, Construção e Mercado Imobiliário da Gallagher Brasil

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Os grandes investidores nacionais e internacionais, sobretudo fundos de pensão que envolvem a poupança de diferentes setores da sociedade global, estão cada vez mais conscientes da necessidade de proteção dos recursos aplicados e a garantia de rentabilidade deles. O risco é inerente, é claro, às grandes operações financeiras, mas proteger o capital é tão essencial quanto investir em projetos de grandes obras, principalmente os de geração de energia, por exemplo, para sustentar o desenvolvimento e o progresso econômico e social.

Países como o Brasil vivem um momento de grande relevância para a atração de novos investimentos por conta da necessidade de obras de infraestrutura em diferentes setores, com destaque para energia, transportes e habitação, todos exigindo recursos públicos e privados em larga escala. Também estão previstos investimentos em estruturas ferroviária e rodoviária, bem como em portos para escoamento da produção e incentivo para a navegação de cabotagem, costa a costa.

A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), por exemplo, prevê grandes investimentos nas redes de transmissão de energia elétrica e também em obras para a geração que passam tanto por hidrelétricas quanto por eólica (a energia dos ventos) e solar.

Como consequência, teremos a busca por seguro e resseguro de grandes obras. Hoje, até pela difusão do conceito ESG, de meio ambiente, sustentabilidade e governança corporativa, investidores estão cada vez mais interessados em manter imagem e a reputação de mercado, como forma de atração de novos recursos e empréstimos na banca internacional capazes de sustentar negócios com grande possibilidade de resultarem em lucros e dividendos, ampliando a poupança interna e o desenvolvimento.

No caso das grandes obras de infraestrutura, a proteção ao lucro cessante se mostrou essencial na pandemia Covid-19 que, em todo o mundo, postergou projetos de grande rentabilidade e expôs, por causa da guerra no leste europeu e problemas climáticos, a importância de novos investimentos em energia e distribuição. Hoje, não apenas o dono de uma obra requer seguro e resseguro para proteger o capital. Os investidores também exigem essa proteção. Ou seja, o mercado segurador está vendo novos contratos em torno de grandes obras, movimento que deve continuar ativo abrindo inúmeras oportunidades.

As maiores corretoras globais de seguro e resseguro estão atentas e buscando sempre produtos inovadores para sustentar a demanda crescente de um mercado que promete ser consistente e exuberante tanto no médio como no longo prazo. Os investimentos em infraestrutura, aponta a própria Abdib, exigem grandes somas e consomem anos de esforço e trabalho para resultarem em ganhos expressivos.

É a garantia do seguro que entra em jogo, sobretudo porque a sinistralidade em grandes obras está sempre presente a partir da sua execução, ainda mais que hoje, com a difusão do conceito ESG, várias análises de riscos precisam ser feitas de forma a minimizar os impactos ambientais e sociais inerentes a grandes obras de infraestrutura.

De acordo com o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI),  para que se tenha uma economia mais produtiva e inovadora, é preciso atuar em duas frentes: superação das deficiências que comprometem a produtividade (má qualidade da educação e o alto valor de tributos) e o desenvolvimento de competências, focado no aumento da capacidade de inovação.

Nos últimos anos, percebemos que projetos de infraestrutura têm dado um retorno financeiro superior para fundos de pensão no mundo todo. Como consequência desse cenário positivo, o próprio mercado segurador quer ser mais efetivo no investimento de parte de suas provisões técnicas em obras, contribuindo para aumentar a transparência e atrair investidores estrangeiros também, como é o caso dos fundos de previdência a da própria Capitalização. Projetos estratégicos de infraestrutura são fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico, pois favorecem um melhor ambiente de negócios, com atração de mais investimentos, competitividade das empresas e na geração de empregos.

Uma rede de transportes adequada, disponibilidade de energia elétrica e banda larga livre de oscilações e interrupções a custos competitivos são insumos essenciais para alcançar esses objetivos.

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