Longe do improviso e com foco em resultados sustentáveis, geração X mostra que a hora certa de começar pode ser agora
A ideia de que a vida começa aos 40 ganhou novo significado no mundo dos investimentos. Com maturidade, foco e experiência acumulada, profissionais acima dessa faixa etária têm buscado diversificar seus ativos e estruturar um futuro financeiro mais estável. Não apenas como preparação para a aposentadoria, mas como parte de uma vida com mais autonomia e escolhas reais.
Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), 23% dos investidores brasileiros estão na faixa entre 40 e 59 anos, o que reforça o movimento crescente de quem começa mais tarde, com mais clareza e objetividade. “Depois dos 40, você não tem mais tempo a perder. A maturidade vem com mais disciplina, menos impulsividade e mais apetite por estratégia”, afirma Paulo Motta, empresário e investidor com mais de duas décadas de atuação no mercado.
Motta, que lidera a IMvester, startup de investimentos imobiliários com atuação no Brasil e em Portugal, destaca que essa fase exige menos ansiedade e mais método. “Quando se entende que patrimônio não se constrói com pressa, mas com constância, a prioridade deixa de ser apenas a rentabilidade imediata e passa a incluir solidez, fluxo e segurança”.
Investir após os 40 não é sinônimo de recuperar o tempo perdido, na verdade, é uma decisão estratégica. Com planejamento e escolhas bem fundamentadas, é possível alcançar retornos sólidos. O setor imobiliário é um exemplo disso: com crescimento acima de 20% em 2024, voltou ao radar de quem busca ativos mais estáveis e com potencial de valorização real no longo prazo. “A pessoa que já tem bagagem profissional tende a compreender melhor os ciclos econômicos e tem mais clareza. Isso é ouro no mercado. Um investidor de 45 anos que sabe exatamente o que quer e usa as suas experiências anteriores como alavanca tem muito mais chances de chegar em seus objetivos do que um de 25 que continua tateando no escuro”, avalia Motta.
Começar é o segredo: Não existe fórmula mágica e também não existe idade certa para isso. O essencial é não adiar mais. “O maior erro que vejo é acreditar que já passou da hora. Aos 40, você provavelmente já teve altos e baixos financeiros, o que te dá insumos sólidos para montar uma carteira coerente com seu momento de vida. O segredo está em investir do tamanho do seu bolso, com metas claras e sem comparações”, orienta Motta. Segundo ele, a tecnologia entrou para democratizar. Hoje é possível acessar ativos com potencial de alta performance sem precisar de milhões na conta. “E isso muda tudo”.
Se os 20 são sobre experimentar e os 30 sobre conquistar, os 40, quando bem aproveitados, podem ser o início da era da consistência. Com escolhas bem alinhadas e visão de longo prazo, investir depois dos 40 não só é possível, como pode ser o movimento mais inteligente da vida financeira.