Empreendimentos capturam mais preço e possuem menor taxa de vacância
O mercado brasileiro de galpões logísticos vive um bom momento desde 2019. Nesse cenário, um tipo de empreendimento tem ganhado cada vez mais destaque: os green buildings. Ou seja, edificações que atendem a critérios de sustentabilidade e, por isso, conquistam certificações de desempenho. De acordo com pesquisa realizada pela JLL, galpões que se enquadram nessa modalidade possuem menor vacância e conseguem capturar maior preço por metro quadrado do que os demais.
Enquanto a taxa de vacância dos empreendimentos regulares no Brasil é de 10,4%, os galpões certificados por sua performance sustentável têm índice de 5,5%. Em São Paulo, essa diferença é ainda maior. Condomínios industriais “verdes” localizados no estado têm vacância de apenas 4,3%. São Paulo concentra o maior volume de empreendimentos da modalidade: 43,9% do total. Isso representa 78% de todo o estoque certificado nacional.
Para André Romano, gerente de Industrial e Logística da JLL, os green buildings deixaram de ser promessa e já são uma realidade no mercado de galpões logísticos brasileiro. “A sustentabilidade é um tema essencial para empresas que possuem compromissos globais e que atendem a consumidores e clientes cada vez mais exigentes em relação ao impacto socioambiental de suas operações”, sinaliza.
“O bom desempenho em termos de ocupação e preço de locação desse tipo de empreendimento comprova que, do ponto de vista de negócio, faz sentido o investidor colocar no mercado produtos com certificações verdes, como a LEED, por exemplo. Nossa expectativa é que o estoque verde avance por todo o Brasil”, explica Romano.
Trimestre agitado
O estudo da JLL aponta também que o 3º trimestre do ano foi agitado, registrando importantes negociações em todo o Brasil. A taxa de vacância no país permaneceu estável em 9,3%, com leve queda de 0,1 p.p.. Foram registrados 1 milhão m² de absorção bruta e 520 mil m² de líquida. O período teve a maior entrega de novo estoque do ano, com 607 mil m².
Algumas absorções se destacaram. A maior delas aconteceu em São Paulo: a Shein locou 135 mil m² no GLP Guarulhos II. Na mesma região, a Move Max Móveis ocupou 26,9 mil m² no Prologis Dutra SP. No Rio de Janeiro, a Ambev absorveu 34 mil m² no RB Santa Cruz em Campo Grande.
Fora o eixo RJ-SP, a Tio Braz fixou-se no Ceará (LOG Fortaleza III – 28,2 mil m²) e no Pará (LOG Belém – 21,4 mil m²). Minas Gerais segue com alto volume de negociações: 13% da absorção bruta registrada no Brasil aconteceu no estado mineiro. Dentre as transações destacam-se a Panpharma, com 23,3 mil m² no Porto Seco Sul de Minas, e a Total Express, com 12,2 mil m² no BTLG Extrema.
Para Romano, o momento do mercado segue positivo. “Percebemos que o mercado está em um ritmo sustentado de crescimento, mais estável e equilibrado do que nos últimos anos”, finaliza.