Confira análise de Álvaro Bandeira, coordenador da Comissão de Economia da APIMEC Brasil
Em seu comentário matinal desta terça-feira (18), Álvaro Bandeira, coordenador da Comissão de Economia da APIMEC Brasil, destacou os principais fatores que devem influenciar a precificação dos ativos no mercado financeiro. Após um dia de liquidez reduzida devido ao feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos, os mercados retomam suas atividades com maior normalidade, mas ainda sob influência de incertezas políticas e econômicas.
Cenário internacional e impacto no mercado
Nos Estados Unidos, os futuros operam com leves valorizações, refletindo um mercado que busca equilíbrio após o feriado. Na Europa, as principais bolsas abriram com quedas modestas: Londres recuava 0,01%, Paris 0,12% e Frankfurt 0,25%. Na Ásia, o mercado apresentou um desempenho misto, com a Bolsa de Xangai caindo 0,93%, enquanto outros índices registraram alta.
Entre as commodities, o petróleo Brent avançava 0,56%, sendo negociado a US$ 75,64 o barril. O minério de ferro também registrou alta, enquanto o cobre manteve-se estável. Por outro lado, commodities agrícolas apresentavam viés negativo na Bolsa de Chicago.
Na Argentina, a crise envolvendo a criptomoeda Libra expôs o presidente Javier Milei a um novo escândalo, levando a oposição a cogitar um pedido de impeachment. Na China, o presidente Xi Jinping reafirmou seu apoio inabalável aos empresários do setor de tecnologia, buscando fortalecer a confiança no ambiente de negócios local.
Cenário doméstico: Déficit fiscal e popularidade de Lula
No Brasil, a preocupação com a economia persiste, especialmente diante do aumento do déficit fiscal e da queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atinge seu menor nível nos três mandatos. Segundo Bandeira, essa baixa aprovação pode levar a novas medidas populistas e a uma maior intervenção governamental na economia, gerando desafios adicionais para o Banco Central e para o controle dos juros, que tendem a permanecer elevados por um longo período.
O Ministério da Fazenda avalia um acordo com os bancos sobre litígios como uma alternativa para minimizar os impactos fiscais, enquanto o Banco Central monitora sinais de retomada da inflação, evidenciada pelos índices IGP-10 e IPC-S da segunda quadrissemana. Além disso, o Comitê de Estabilização Financeira se reúne hoje para discutir o cenário econômico.
B3 e expectativas para o dia
O Ibovespa encerrou o pregão da véspera com alta de 0,26%, atingindo 128.552 pontos, 6% abaixo do recorde histórico. O dólar subiu 0,29%, sendo cotado a R$ 5,71. A expectativa para o dia é de continuidade na valorização do índice, com o mercado caminhando para o quarto pregão consecutivo de alta. O dólar deve se manter forte, enquanto os juros seguem comportados.
Nos mercados globais, o Dow Jones operava praticamente estável, com leve alta de 0,01%, enquanto o Nasdaq avançava 0,37%. Com um cenário de volatilidade e desafios econômicos, investidores seguem atentos às movimentações políticas e aos dados macroeconômicos que influenciam as decisões de mercado.