Confira artigo inédito de Sérgio Ribeiro, colunista do Universo do Seguro
O mercado de seguros vive um verdadeiro desafio com as Pequenas e Micro Empresas (PMEs).
O Seguro PME é essencial para garantir a continuidade e a sustentabilidade dos negócios das micros e médias empresas em face dos inúmeros riscos envolvidos nas atividades desempenhadas por estes empreendedores.
O seguro visa resguardar o empresário das adversidades a que estão expostos, desde o patrimônio, máquinas, caixa, os seus ganhos em razão de eventual paralisação da sua atividade, pequenas frotas, responsabilidade civil e profissional, venda de produtos contaminados, decisões de boa-fé tomadas pelos administradores, acidentes pessoais vida, previdência, saúde, odonto para os sócios, administradores e funcionários, consórcio como plano de investimentos, e, atualmente, os riscos cibernéticos para quem vende seus produtos online.
Acima cito alguns exemplos. Porém, o mercado oferece uma gama de proteção, serviços e assistência adequados para cada necessidade desenvolvida.
Os produtos podem ser personalizados, customizados para atender as demandas específicas de cada negócio, da mesma maneira que os outros tipos de seguro oferecidos pelo setor.
Em um momento em que a economia está passando por diversos desafios, as seguradoras buscam neste filão de empresas os novos consumidores. As mais de 7 milhões de organizações deste nicho são responsáveis por pouco mais de 55% dos empregados com carteira assinada do setor privado, portanto, uma boa parte da riqueza produzida no Brasil passa pelas PMEs. Contudo, quando analisamos o índice de penetração na base potencial verificamos que o número de cobertura geral ainda é ínfimo.
De outro lado, ao contrário das grandes corporações, as operações com as PMEs costumam ser mais rentáveis, pois seu poder de barganha é menor e não pressionam as companhias em termos de preço, condições, produtos. Mas, por outro lado, os clientes PME estão aptos a consumir produtos de prateleira, assim, a simplicidade, disponibilidade e a oferta devem ser muito aderentes ao modelo de consumo deste público, do contrário, não lograram êxito. Trata-se de um modelo diferenciado de negócio.
Com a chegada de 2023, é com esse espírito que vejo que o micro ao médio empreendedor vem ensaiando uma retomada no mercado. Por isso, é crucial entender que as PMEs não podem ser negligenciadas pela indústria securitária. As companhias precisam entender quais estratégias elas podem adotar para se aproximar deste segmento de mercado, que corresponde a 27% do Produto Interno Bruto (PIB).
Mas existem muitos desafios para seguradoras e corretores até chegar ao pequeno ou médio empresário. Algumas companhias, inclusive, têm oferecido treinamento para os corretores para que, além do produto, possam conhecer as necessidades deste público.
Porém, é entendível que a falta de acesso e conhecimento sobre os produtos de seguro pelo pequeno e médio empreendedor ainda é uma realidade no País.
Muitos não conhecem o potencial de riscos do seu negócio e quando sabem não conseguem entender o que o seguro pode garantir, ou seja, existe uma lacuna grande que deve ser trabalhada por todos os atores (seguradoras, corretores, distribuidores…), a fim de equalizar tal entendimento e a viabilização dos negócios.
Muitas vezes, o empreendedor entende que o investimento neste seguro é uma despesa.
Não consegue, por exemplo, tangibilizar o hall de serviços e assistências disponíveis no seguro para garantir a manutenção e a continuidade das atividades em caso de urgência e que estão englobados no seguro sem custo adicional em caso de acionamento.
É comum também os clientes acharem que o seguro empresarial protege somente as empresas de problemas comuns, como furtos e roubos.
Para mim, ele vai, além disso, amparar as empresas em riscos maiores. Por isso, é crucial que os segurados compreendam a importância da proteção para perpetuidade dos seus investimentos e negócios, sendo este um trabalho que envolve diversos interlocutores e agentes do mercado de seguros.
Potencial existe!