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Setor de seguros movimentou R$ 130 bilhões nos primeiros nove meses do ano, alta de 10%

Open Finance completa 3 anos no Brasil; entenda os desafios, as expectativas e o que vai mudar/ Foto: Freepik
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Culturas de soja e milho impulsionaram o resultado do seguro rural. No mercado de resseguros, foram registrados R$ 22,7 bilhões em prêmios; resseguradores eventuais vem aumentando participação no segmento com 14%

O mercado brasileiro de seguros encerrou os primeiros nove meses de 2023 com um volume de prêmios de R$ 130 bilhões, um aumento de aproximadamente 10% se comparado ao mesmo período do ano anterior. O volume de sinistros ocorridos teve uma queda de 5%, o que levou o índice de sinistralidade a cair 10 p.p. para 42,9%.

No período, o setor apresentou um resultado operacional de R$ 38,5 bilhões, 17,3% maior em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) analisados pela Guy Carpenter, divisão de resseguros da Marsh McLennan.

Os dados analisados mostram que as coberturas de Automóveis – Casco, Prestamista, Vida em Grupo, R.C. Facultativa, Veículos e Riscos Nomeados e Operacionais, geraram o maior volume de prêmios no terceiro trimestre de 2023, somando mais de 50% do total de prêmios do mercado segurador.

Culturas de soja e milho impulsionaram o resultado do seguro Rural

Outra linha de negócio que foi muito expressiva no ano de 2023 foi o seguro Rural, pois com uma queda de R$ 6,4 bilhões no volume de sinistros ocorridos e mantendo seu montante de prêmios emitidos, encerrou o período com aumento de 88% no resultado operacional, chegando a aproximadamente R$ 2 bilhões. “Tal redução do volume de sinistros contribuiu diretamente para o resultado operacional do mercado brasileiro de seguros como um todo”, diz Pedro Farme, CEO da Guy Carpenter no Brasil.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o maior volume de apólices que impulsionaram esse resultado foi das culturas de soja (43,5% do total de apólices) e milho (13,5% do total de apólices), concentradas nos estados do Paraná (37,9% do total de apólices), Rio Grande do Sul (21,1% do total de apólices) e São Paulo (13,6% do total de apólices).

“Vale destacar que os números da Susep se diferenciam do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pois enquanto a SUSEP apresenta as estatísticas por ano calendário, o MAPA traz os números sob a ótica de Safra. Nos últimos anos, o mercado segurador foi fortemente impactado por mudanças climáticas. O fenômeno El Niño, por exemplo, tem apresentado grande desafio para os agentes do mercado com a necessidade de uma subscrição mais assertiva e possível reavaliação dos modelos de risco”, ressalta.

Pedro explica que, no ano de 2023, o Sul do Brasil registrou algumas catástrofes causadas por ciclones extratropicais. Santa Cataria registrou ventos com velocidades acima dos 100km/h, atingindo mais de 80 municípios. “Outro evento causado pelos ciclones são as chuvas e enchentes dos rios, que atingem muitas residências e colocam em risco a vida de muitas famílias, também afeta o mercado de seguros, em especial as coberturas de Riscos Patrimoniais”, afirma.

Resseguros

De acordo com dados da Susep analisados pela Guy Carpenter, nos primeiros nove meses de 2023, o mercado brasileiro de resseguros acumulou um volume de R$ 22,7 bilhões em prêmios cedidos brutos de comissão, 8,2% maior que o acumulado no mesmo período do ano anterior.

Em conjunto com a redução de 26,6% dos sinistros de resseguro pagos e um índice de comissionamento de 17,2%, 0,3 p.p. menor que o mesmo período de 2022, o mercado encerrou os primeiros nove meses de 2023 com um resultado operacional quase 200% maior, chegando a R$ 8,3 bilhões.

Segundo a Guy Carpenter, os resseguradores que predominam no mercado brasileiro são os locais e admitidos, com 56,4% e 29,4% dos prêmios, respectivamente. Entretanto, em 2023 os resseguradores eventuais vem aumentando sua participação no mercado, com 14% dos prêmios.

Riscos Patrimoniais, Rural e Garantia têm 60% de share em Resseguros

Os ramos que mais se destacaram no resseguro foram riscos patrimoniais (28%), risco rural (19%) e garantia (11%), juntos somando quase 60% do market share dos prêmios cedidos de resseguro. Apesar de possuir o maior volume de prêmios do mercado, riscos patrimoniais também é a linha de negócio que possui maior volume de sinistros de resseguro pagos, um acumulado de R$ 2,5 bilhões nos primeiros nove meses do ano de 2023. Apesar disso, ainda conseguiu atingir um crescimento de 20% em seu resultado operacional.

Farme explica que a Fitch Ratings revisou a perspectiva de setor global de resseguros de “neutra” para “melhorando”, o que retrata o fortalecimento do desempenho financeiro do setor até 2024. “Acredita-se que a precificação dos riscos de catástrofes naturais refletirá melhor o impacto das mudanças climáticas sobre os sinistros, principalmente porque várias resseguradoras estão reduzindo a cobertura de riscos de catástrofes naturais de médio porte, tornando os preços menos competitivos”, ressalta o executivo.

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