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Setor de seguros não pode ficar de fora do debate climático

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Evento em Paris destaca urgência de integrar o seguro às soluções para a crise climática

Na abertura do primeiro Fórum de Seguros França-Brasil, em Paris, o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, fez um chamado à ação ao setor segurador internacional. Se o setor não assumir protagonismo na construção das políticas públicas ligadas à crise climática, poderá ser excluído do novo desenho regulatório global. “Ou aproveitamos a oportunidade de participar e oferecer soluções, ou seremos punidos com ações e políticas que nos deixarão de fora do mercado e de diversas atividades”, afirmou.

“Nas últimas 29 COPs, não há uma palavra sobre o papel do seguro nas mudanças climáticas. Precisamos nos unir como entidades e participantes para abrir essa janela de oportunidade. Ou nos dedicamos a compreender e participar das soluções que vão construir o marco legal e as políticas públicas, ou seremos excluídos das decisões”, afirmou Oliveira.

Com foco no intercâmbio de experiências entre Brasil e França, o evento reuniu na última quarta-feira, 4, parlamentares, autoridades do órgão regulador francês, executivos das seguradoras e resseguradoras dos dois países, da CNseg e da France Assureurs, para discutir temas como mudanças climáticas, inovação tecnológica, Open Insurance e investimentos em infraestrutura.

A importância da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, Pará, também esteve no centro das discussões. A deputada francesa Eleonore Caroit destacou a relevância simbólica e prática do evento ser sediado no coração da Amazônia. “Tenho certeza de que vocês, os brasileiros, saberão dar um jeito e que tudo dará certo, como sempre no Brasil”, disse.

A presidente da France Assureurs, Florence Lustman, destacou que o fórum representa uma oportunidade concreta para repensar os modelos de cobertura e investimento diante dos impactos das mudanças climáticas, além de discutir os desafios da regulação da inteligência artificial. “Vamos cruzar experiências, tentar trazer respostas comuns e construir soluções juntos”, afirmou.

A anfitriã Marie-Aude Thépaut, presidente da CNP Assurances, ressaltou que o papel do setor vai além da proteção financeira. “Temos a convicção de que o nosso papel, enquanto seguradores e investidores, é agir por uma sociedade inclusiva e durável que proteja todos os percursos de vida”, disse.

Também presente, o embaixador Laudemar Aguiar (Secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores) destacou os desafios de penetração do seguro residencial no Brasil, comparando os 14% de cobertura no país com os 97% da França, e reforçou a necessidade de ampliar a proteção como instrumento de desenvolvimento econômico e social.

O Fórum França-Brasil de Seguros, promovido pela CNseg em parceria com a France Assureurs, marca um novo capítulo da internacionalização do mercado segurador brasileiro. A proposta é fortalecer a cooperação bilateral, fomentar soluções inovadoras e integrar o seguro aos grandes projetos de desenvolvimento nacional, incluindo os voltados à resiliência climática e à inclusão econômica.

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