Levantamento feito em parceria entre ALAGEV e FecomercioSP registra o acumulado de R$ 118,7 bilhões, valor 11,4% superior aos resultados do ano anterior
O Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), criado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV), revela que as despesas estimadas pelas empresas com viagens corporativas em dezembro de 2023 atingiram R$ 7,9 bilhões, valor que demonstra um crescimento anual de 5% e que representa um incremento de R$ 400 milhões em faturamento para o setor.
No acumulado dos 12 meses de 2023, houve aumento de 11,4% em relação aos que foram apresentados no ano anterior. Ao todo, foram movimentados R$ 118,7 bilhões, já descontando a inflação do período, marcando o terceiro ano de recuperação após os impactos da crise pandêmica, em 2020, e o terceiro maior faturamento anual desde o início do levantamento, ficando abaixo apenas dos números de 2013 (R$ 120,2 bilhões) e 2014 (R$ 121,6 bilhões).
O crescimento das receitas está diretamente relacionado com o avanço das demandas dos serviços corporativos, que constituem as compras de passagens aéreas, hospedagens, alimentação e locação de veículos. Um outro fator que contribuiu de forma veemente para o aumento desse faturamento foi a progressão exponencial nos preços desses serviços, que se mantêm em trajetória ascendente até os dias de hoje
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço médio das passagens aéreas subiu 47,2% no acumulado de um ano. Além disso, conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o volume de passageiros em voos domésticos sofreu um aumento de 11,2% em relação a 2022, totalizando cerca de 91,4 milhões de pessoas.
“É seguro dizer que o setor continua sendo impulsionado pelos serviços corporativos. Este crescimento, apesar de ser positivo, está ligado ao aumento dos custos de vários fatores, incluindo passagens aéreas, aluguel de carros e acomodações. Assim, o mercado se mantém forte, mas a habilidade das empresas em se adaptar, como a redução de eventos presenciais, é essencial para enfrentar os desafios financeiros e assegurar a sustentabilidade a longo prazo”, observa Luana Nogueira, diretora executiva da ALAGEV.
De acordo com o LVC, em comparação com meses mais agitados, dezembro é tipicamente um período de menor atividade para o turismo corporativo, e é esperado que janeiro e fevereiro sigam essa mesma tendência, com uma quantidade menor de realização de eventos, feiras, reuniões e outros encontros presenciais. Ainda assim, a perspectiva para o ano de 2024 permanece positiva, com base na continuidade do crescimento econômico, na trajetória de queda das taxas de juros e no aumento das atividades de turismo. As empresas estão dispostas a manter o investimento elevado no turismo para agregar valor aos seus negócios, pois é essencial o contato com o cliente, fornecedor, expandir relacionamento, divulgar marca e produtos, enfim, formas que somente no presencial é mais eficiente.
Porém, essa demanda aquecida pelo setor corporativo também resultou em um aumento significativo no faturamento das redes hoteleiras dos grandes centros urbanos. De acordo com o levantamento de estatísticas realizado pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), o valor médio de hospedagem sofreu uma alta de aproximadamente 22,5% ao de 2023, mantendo uma média de R$ 345,23 a diária.
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