O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) realizou webinar, dia 5 de setembro, sobre os recentes avanços na Agenda ESG da Mineração no Brasil. Entre os principais resultados divulgados no balanço, as mineradoras conseguiram ampliar em 85% seu engajamento à Agenda ESG; A presença feminina e de pessoas com deficiência (PcD) nas empresas ganhou mais espaço; novas metas setoriais foram incorporadas à Agenda ESG, como a de elevar em 53%, até 2030, o investimento em P&D Tech, e em 15% o consumo de energia junto a fontes renováveis. “Este balanço busca mostrar onde está o setor mineral e onde ele quer chegar; e para que todos possam saber como está a mineração do Brasil em termos de sustentabilidade, de compromisso com as boas práticas, com o meio ambiente e com a sociedade”, disse Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM. Para ele, os números mostram o início de uma longa caminhada a ser trilhada, de forma aberta, comprometida e dialogando com todos à volta.
Para Jungmann, a mineração está comprometida com a transformação da indústria, seja nos processos ou nas suas técnicas e relações com as pessoas e com a natureza. “O setor vê a relevância e a importância cada vez maior das comunidades onde estamos inseridos e trabalhamos duramente, no sentido de buscar uma maior sustentabilidade do setor. Temos preocupação com o meio ambiente, com a licença social para operar, com a governança e as boas práticas”. O presidente do Conselho Diretor do IBRAM e CEO da Anglo American no Brasil, Wilfred Bruijn, disse que mineração e ESG são fatores que causam impactos positivos no presente e no futuro da humanidade. “ESG é um tema vibrante e importante. É a base para a sobrevivência e a longevidade dos negócios. E é importante lançar a opinião da mineração em relação a tudo isso. Ela é o alicerce do avanço tecnológico da vida contemporânea mundial, permite atuar para estabelecermos práticas sustentáveis, que causam impactos positivos na sociedade e este é um caminho sem volta”, afirmou.
Para o diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, o setor mineral conhece seus desafios e “sabe cada vez mais o que precisa ser feito, como ser feito e aonde pode chegar. A ação setorial promovida pelo IBRAM (de desenvolver a Agenda ESG) é uma referência e tem que ser seguida por outras entidades setoriais na perspectiva de se fazer mudanças nas empresas, e com as empresas, e também mudar o mercado e as relações de economia”.
Os avanços da Agenda ESG da Mineração do Brasil foram mensurados com base nos dados sobre a atuação das mineradoras em relação às práticas no âmbito da governança corporativa, no relacionamento com as partes interessadas e com o meio ambiente (ESG), coletados pelo IBRAM, em parceria com a Falconi Consultoria. Os dados foram analisados e apresentados pelos 12 GT's que compõem a Agenda ESG da Mineração. Os coordenadores de cada GT mostraram como foi o último ciclo, os principais resultados conquistados e as metas do setor para 2030. “Ao estruturarmos a Agenda ESG, estamos em uma jornada rumo ao conhecimento. Quanto mais dados, mais capacitados estaremos para enfrentar os desafios”, disse Dennis Gloria, sócio da Falconi Consultoria.
A estruturação dos compromissos, metas, indicadores e ações da agenda ESG demandam um levantamento de dados extenso relacionados à operação e à gestão das mineradoras, nos 12 grupos de trabalho (GTs) formados pelo IBRAM e as empresas. Atualmente, em média, 51 companhias fornecem dados de suas operações, enquanto outras 11 estão em processo de estudos e pesquisas para início da operação e poderão contribuir com dados de suas operações em breve, resultando em 62 participantes. O número de empresas tem aumentado nos últimos meses e o IBRAM está convidando mais empresas a fazer a adesão voluntária a esta Agenda ESG da Mineração do Brasil.
A Falconi Consultoria registra um aumento de 85% na média de participação das empresas mineradoras na coleta de dados de 2022 na comparação com o ano anterior, contemplando informações sobre os 12 temas abordados pelos GTs: segurança de processos; gestão de estruturas de rejeitos; saúde e segurança ocupacional; mitigação de impactos ambientais; desenvolvimento de territórios; relacionamento com comunidades; comunicação e reputação; inovação; diversidade e inclusão; água; energia; gestão de resíduos.
Para Rodrigo Vilela, CEO da Samarco, “o ESG está em todas as pautas nos processos decisórios. Nós estamos reconstruindo a empresa com base em ESG. Toda a base da estratégia passa a ser ressignificada por meio dessas três letras ESG. É fundamental ver como o contexto ESG é cada vez mais importante na geração de valor”, disse.
Tayná Leite, senior manager do Pacto Global, disse que reconhece a importância “deste tipo de iniciativa (Agenda ESG) e espero que ela influencie mais organizações setoriais a se inspirarem em um documento tão sólido”.
O webinar teve mediação de Ana Cunha, Diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, Conselheira do IBRAM e Coordenadora do Comitê ESG IBRAM. “O ESG tem muita relevância e está na pauta de qualquer empresa ou executivo. O balanço das metas e métricas destacou neste webinar a contribuição e a visão dos executivos do setor e de especialistas em ESG. A Agenda ESG da Mineração do Brasil é um grande trabalho que tem como objetivo melhorar a vida de todos. No preâmbulo da Agenda 2030 (da ONU) tem uma mensagem relacionada a isso, que é a de ‘avançar sem deixar ninguém para trás’. Isso é pensar nas pessoas, no planeta, na prosperidade, como fazer isso, como construir uma sociedade mais resiliente e mais sustentáveis”. Além de aprofundar os dados sobre as temáticas tratadas pelo setor na Agenda ESG da Mineração do Brasil, foi realizado um estudo inédito, que permite identificar o estágio de maturidade das empresas mineradoras nas boas práticas ESG.