Confira artigo de Fernando Nunes, cofundador e CEO da Transfeera
Os pagamentos entre empresas, ou business-to-business (B2B) desempenham um papel crucial na economia global. No entanto, apresentam complexidades únicas que os diferenciam dos pagamentos entre pessoas ou entre pessoas e negócios. Embora desejemos que os pagamentos B2B sejam tão simples quanto fazer um Pix, ainda há um caminho a percorrer para atender às expectativas dos clientes nessas transações.
Um estudo da Juniper Research mostrou que as transações de pagamento entre empresas devem sair US$ 88 trilhões, em 2022, para US$ 111 trilhões até 2027 — evidenciando o crescimento desse mercado.
Um dos maiores desafios enfrentados pelos pagamentos entre empresas é a falta de soluções preparadas para percorrer toda a jornada de um pagamento dentro do ambiente financeiro de uma empresa. Os meios de pagamento são concebidos principalmente para transações entre pessoas. Dado que processar pagamentos para B2B é mais complexo, é crucial que a jornada do consumidor pessoa jurídica seja considerada desde o início e forneça simplificação de processos e segurança.
A complexidade dos pagamentos B2B é motivada por diversos fatores, dos mais simples como os altos valores das transações, aos mais complexos como processo de autenticação, assinatura, registro e emissão de documentos fiscais. A conciliação é um dos processos mais delicados no pagamento entre empresas.
Na prática, envolve comparar as transações registradas (pagamentos, recebimentos, transferências) com informações de extratos bancários, faturas de cartão de crédito e outros documentos financeiros, e procura identificar e corrigir possíveis discrepâncias como erros de lançamento, transações não autorizadas ou duplicidades. A conciliação é desafiadora justamente porque as empresas possuem um alto volume de transações (pagamento de softwares, funcionários, fornecedores, etc), recebem e fazem pagamentos por vários meios (boleto, cartão, etc), as discrepâncias podem ser sutis e difíceis de identificar e resolver, além disso, se a conciliação for manual, ela está sujeita a lançamentos incorretos e erros humanos.
Os termos de pagamento em transações B2B são frequentemente mais complexos, com prazos de pagamento estendidos e descontos por pagamento antecipado, por exemplo. Além disso, a integração de sistemas de pagamento com sistemas de contabilidade e ERP pode exigir recursos significativos. Por último, as transações B2B estão sujeitas a regulamentações rigorosas, exigindo investimentos em compliance, prevenção à fraude e segurança das informações.
Para enfrentar esses desafios, não há uma fórmula mágica, mas a inovação focada em B2B pode ser a chave. Padronizar e investir em plataformas de automação de pagamento pode reduzir erros e aumentar a eficiência da operação, além de auxiliar na conciliação e gestão dos pagamentos como um todo, evitando retrabalhos.
Adotar uma visão positiva da tecnologia fomenta a inovação, e incorporá-la ao dia a dia pode ser a solução para a complexidade dos pagamentos entre empresas. Por que os pagamentos entre empresas não podem ser tão simples quanto fazer um Pix? A resposta para essa pergunta está em entender as necessidades das empresas e trabalhar em conjunto com as novas tecnologias para fornecer uma solução eficaz.
*Com mais de 15 anos de experiência em comunicação digital, Fernando Nunes já passou por empresas como Sapient AG2, A2C e ContaAzul. Cofundador e CEO da Transfeera, fintech que fornece soluções de pagamentos para empresas, ele estruturou as áreas de Marketing, Vendas e Customer Experience, e, atualmente, lidera a empresa estrategicamente para escalar o negócio.