Boletim IRB+Mercado mostra os primeiros impactos da tragédia no Rio Grande do Sul no mercado de seguros. Taxa de sinistralidade chegou a 55,4% no quinto mês do ano
A taxa de sinistralidade do mercado de seguros cresceu 13,2 pontos percentuais (p.p.) em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o que mostra a 43ª edição do Boletim IRB+Mercado, divulgada hoje (07/08) pela plataforma IRB+Inteligência. Após a tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, o índice passou de 42,2% para 55,4%. O impacto verificado em maio, no entanto, ainda não foi capaz de provocar alta na sinistralidade geral acumulada do ano, que recuou 2,4 p.p. nos 5M24 em relação ao 5M23 e fechou em 42,8%.
O movimento ocorrido em maio foi consequência, principalmente, da alta nos sinistros dos segmentos Corporativo de Danos e Responsabilidades (+37,6 p.p.), Automóvel (+11,6 p.p.) e Rural (+46,7 p.p.), influenciada pelo efeito Rio Grande do Sul e secas em algumas regiões do país. Já a redução no acumulado do ano foi impulsionada, sobretudo, por Crédito e Garantia (-59,1 p.p.).
O faturamento das empresas de seguros, em maio, chegou a R$ 16,9 bilhões, variação positiva de 7,3%. No ano, os prêmios emitidos somam R$ 81,5 bilhões, crescimento de 11,1%. O lucro líquido das seguradoras, por sua vez, caiu 27,3% em maio na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 2,4 bilhões. De janeiro a maio de 2024, o recuo do lucro líquido, que chegou a R$ 13,9 bilhões, é de 2,4%.
Quando analisada a contratação de resseguros pelas empresas de seguros, nota-se crescimento. Em maio, houve alta de 3,8% no repasse de prêmios, totalizando R$ 2,4 bilhões. No acumulado de 2024, a alta é de 5,7%, com valor total de R$ 10,5 bilhões. A análise do Boletim IRB+Mercado considera a base de dados atualizada pela Susep, órgão regulador do setor, em 15/07.
Crédito e Garantia registra a maior alta de maio
Vida, que responde por 35,6% do mercado, emitiu prêmios de R$ 5,9 bilhões em maio, alta de 12,9% frente ao mesmo mês em 2023. A sinistralidade teve variação negativa de 2,6 p.p. O segmento Automóvel faturou R$ 4,8 bilhões no quinto mês do ano, leve retração de 0,7%. A sinistralidade no período foi de 71,6%, crescimento de 11,6 p.p., representando a maior taxa mensal da modalidade desde junho de 2022. Devido ao impacto da tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, com veículos submersos, os sinistros do estado chegaram a 24,6% em maio, alta de 18,3 p.p. Antes eram de 6,34%.
Danos e Responsabilidades emitiu, em maio, R$ 3,2 bilhões em prêmios, avanço de 8% diante do mesmo mês do ano passado. A linha de negócio Engenharia se destacou com variação positiva de 47%. A sinistralidade foi de 68,7% (+37,5 p.p.), a maior desde fevereiro de 2023. Esse aumento também foi influenciado pelas enchentes no Rio Grande do Sul que afetou a taxa de sinistros das linhas Patrimonial e Habitacional. Os sinistros no estado gaúcho desta modalidade representaram 24,2% de todo o país.
Individuais contra Danos encerrou maio com R$ 1,4 bilhão de faturamento, avanço de 19%. A maior variação foi o produto Garantia Estendida (29,9%). A sinistralidade foi de 43% (+14,9 p.p.). Os sinistros no Rio Grande do Sul, neste mês, também, impactaram a modalidade em 31,8%, alta de 21,6 p.p.
Rural faturou R$ 1 bilhão em maio, retração de 10,4% na comparação com maio de 2023. A sinistralidade aumentou 46,7 p.p. (71%). A variação ocorre, principalmente, devido ao período de seca, que impactou as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Por fim, Crédito e Garantia emitiu prêmios, no quinto mês do ano, de R$ 724 milhões (+30,1%) devido, sobretudo, à variação do produto Garantia Segurado – Setor Privado. A sinistralidade ficou em 31,5%, queda de 59,1 p.p.