O uso de smartwatches e aplicativos de saúde deixou de ser tendência para se tornar rotina em muitos lares brasileiros. Além de monitorar passos, calorias e qualidade do sono, esses dispositivos vêm desempenhando um papel cada vez mais relevante na identificação precoce de problemas cardíacos, segundo o cardiologista do São Cristóvão Saúde, Dr. Fernando Barreto.
“Essas tecnologias conseguem detectar irregularidades de ritmo ou variações de frequência cardíaca que antes passavam despercebidas. Quando o usuário observa registros repetidos de frequência muito alta, muito baixa ou irregular, especialmente se associados a sintomas, é importante procurar avaliação médica”, explica o especialista.
No entanto, Dr. Barreto faz um alerta: os dispositivos não substituem os exames médicos. “Eles são ferramentas complementares. Se usados de forma inadequada, podem gerar excesso de ansiedade ou até atrasar a busca por atendimento adequado”, ressalta.
A expansão desse mercado evidencia o interesse crescente do consumidor em integrar tecnologia ao cuidado com a saúde. Segundo a NielsenIQ, as vendas de relógios inteligentes no varejo brasileiro cresceram 37% em 2024 frente a 2023. A receita da categoria também subiu 9% no período, impulsionada pela variedade de marcas e preços acessíveis.
Para especialistas, a popularização dos smartwatches representa uma oportunidade de democratizar o acesso a informações de saúde, mas sempre com o cuidado de que elas sejam interpretadas no contexto adequado. “A tecnologia é uma aliada, mas o diagnóstico final e o tratamento continuam sendo atribuições do médico”, conclui Dr. Barreto.
