Especialista explica as recentes mudanças no calendário vacinal e como garantir a proteção de crianças e adolescentes
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou recentemente a nova edição do seu Calendário de Vacinação, um guia essencial para a imunização de crianças e adolescentes do nascimento até os 19 anos. A atualização, realizada pelos Departamentos Científicos de Imunizações e de Infectologia da SBP, reflete os avanços científicos e as novas estratégias de proteção contra doenças infecciosas.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino, uma das principais novidades é a inclusão da vacina pneumocócica conjugada 20-valente (VPC20) no esquema 3+1, que previne doenças graves causadas por diferentes sorotipos de pneumococos. O esquema preconiza doses aos 2, 4 e 6 meses de idade, seguidas de um reforço entre 12 e 15 meses. As vacinas VPC13 e VPC15 continuam sendo recomendadas como opções. “Outra atualização importante é a recomendação do anticorpo monoclonal nirsevimabe para prevenção de infecções pelo vírus sincicial respiratório (VSR). Esse anticorpo deve ser administrado ao nascimento, além da vacinação da gestante, que também protege o recém-nascido nos primeiros meses de vida contra doenças como gripe, coqueluche e tétano”, afirma.
Elisa explica, que também houve atualização na vacina que combate ao HPV e na vacina contra a poliomielite. “No caso do HPV a vacinação passa a ocorrer para meninos e meninas entre 9 e 19 anos, com esquema de duas doses. Para maiores de 20 anos e imunocomprometidos, o esquema é de três doses (0, 1-2 e 6 meses). Já com relação à vacina inativada poliomielite (VIP), essa passa a ser a única usada no Programa Nacional de Imunizações (PNI), substituindo a vacina oral (VOP). Nesse caso, o esquema preconizado é de três doses primárias aos 2, 4 e 6 meses, com reforços aos 15 meses e entre 4 e 6 anos”, reforça.
Vacinas já realizadas e gestantes
Elisa explica que caso a criança ou o adolescente já tenha recebido vacinas anteriores, não há necessidade de reiniciar os esquemas. “Nesses casos é importante a avaliação de um médico ou enfermeiro, que avaliará o histórico vacinal e ajustará as doses restantes conforme as novas recomendações. A orientação profissional é fundamental para garantir que todas as doses sejam devidamente administradas”.
Já com relação à gravidez e aos recém-nascidos, foi incluída a recomendação para a prevenção de infecções pelo vírus sincicial respiratório (VSR) por meio da administração do anticorpo monoclonal nirsevimabe para todas as crianças ao nascer, além da vacinação das gestantes. Nesse contexto, destaca-se a importância da imunização durante a gravidez como uma estratégia essencial para proteger os bebês nos primeiros meses de vida. “A imunização durante a gravidez é uma estratégia essencial para proteger os bebês nos primeiros meses de vida. Nesse ponto é importante que durante a consulta pré-natal com o pediatra, a família receba orientações sobre os imunizantes disponíveis, que são fundamentais para garantir a proteção da criança e da gestante, já que a vacinação previne diversas doenças, como gripe, coqueluche, VSR, tétano e covid-19”, finaliza a enfermeira.