Com tecnologia AWS e conectada à maior base de dados de informações creditícias do Brasil, nova registradora de recebíveis e ativos financeiros é uma joint venture entre a techfin Grafeno e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil)
O Banco Central (Bacen) autorizou nesta segunda-feira, dia 20, o início das operações da SPC Grafeno, empresa registradora de ativos financeiros criada por meio de uma joint-venture entre a Grafeno, plataforma de soluções financeiras digitais para credores e empresas, e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A nova empresa vai atuar no mercado de capitais para trazer maior segurança nos processos de validação, monitoramento e registro dos ativos, sendo uma registradora que opera 100% em cloud (processamento em nuvem), utilizando a tecnologia da Amazon Web Services (AWS). Essa abordagem inovadora, baseada em nuvem, oferece benefícios significativos, como maior escalabilidade, flexibilidade e eficiência operacional, além de garantir a segurança e disponibilidade dos dados.
A parceria une a vasta experiência no acompanhamento e análise de dados de crédito do SPC Brasil, que possui o maior banco de dados de informações creditícias de pessoas físicas e jurídicas da América Latina, com a plataforma de infraestrutura bancária da Grafeno para investidores e empresas, que possibilita uma jornada do crédito mais segura e competitiva. Esta tecnologia atende hoje mais de 8.000 companhias (usuários finais) e 500 credores, incluindo gestoras de investimentos, fintechs, FIDCs, securitizadoras, agentes autônomos de investimento e financeiras que, juntos, transacionam mais de 18 bilhões de reais por mês.
“A Grafeno nasceu com o intuito de ser um ecossistema completo que facilita a jornada do crédito e auxilia os pequenos e médios empreendedores a se relacionarem com o capital. Trazendo inovação, mudamos a dinâmica de como o mercado de capitais se relaciona com a tecnologia em todas as suas jornadas, com foco em um ecossistema completo de soluções para o credor. Dessa forma, a SPC Grafeno é peça fundamental em nossa estratégia, trazendo dinamismo e segurança para o dia a dia das operações”, afirma Tiago Leocadio, CTO da Grafeno.
“A SPC Grafeno é uma empresa que tem o propósito de simplificar com segurança a infraestrutura do mercado financeiro, aportando inovação e inteligência para tornar a concessão de crédito mais confiável, trazendo competitividade para as empresas, diminuindo riscos nas operações e gerando benefícios à sociedade”, relata Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.
A SPC Grafeno será responsável pelo processo de registro dos ativos financeiros para os quais está autorizado de “ponta a ponta”, ou seja, desde a originação do ativo até o seu processo de liquidação. No caso da duplicata será possível, inclusive, verificar a validade do lastro, realizar o monitoramento e atualizar seus dados como valor, data de vencimento e situação para liquidada. Esse processo abrangente tem como objetivo garantir segurança ao processo e emitir uma certidão do ativo financeiro pertencente ao titular que realizou o registro.
O controle societário do SPC Grafeno ficará em 50% para o SPC Brasil e 50% para a Grafeno. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), somente no ano passado o mercado registrou 1,2 trilhão de reais em crédito concedido lastreado por duplicatas. As estimativas iniciais do SPC Grafeno são de, no primeiro ano de funcionamento, registrar cerca de 1 milhão de duplicatas em operação e movimentar aproximadamente 4 bilhões de reais em valor transacionado.
Estimativas do setor apontam que o mercado de recebíveis movimenta, em todos os segmentos, cerca de 13 trilhões de reais anualmente, tendo em vista que a opção de compra no formato à prazo faz parte da cultura do consumidor brasileiro. Dentro do segmento, uma classe de ativos atendido pelo SPC Grafeno que exibe grande potencial de crescimento são os Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que podem movimentar em torno de 2 trilhões de reais por ano.
O segmento de registradoras eletrônicas é uma infraestrutura nova dentro do mercado financeiro, tendo sido instituída pelo Bacen em 2018. A nova Resolução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que entrou em vigor em outubro deste ano, determina que os fundos devem se adaptar à regra até o final de 2024, com exceção dos FIDCs, que precisam estar aptos até abril do próximo ano.
A nova regulamentação também exigirá o registro dos recebíveis adquiridos pelos FIDCs em uma registradora autorizada pelo Banco Central, possibilitando uma maior transparência, controle e segurança na negociação desses direitos. Isso viabiliza a disponibilização de informações mais detalhadas sobre os direitos creditórios em si. Assim, facilita a avaliação de riscos, a rastreabilidade e a comprovação de propriedade pelos gestores, além de contribuir para a confiança e segurança dos investidores.