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Startup conecta PCDs às empresas que desejam contratá-los

Foto: Freepik
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Aplicativo une propósito, tecnologia e impacto social; ferramenta ajuda no protagonismo das pessoas com deficiência e no cumprimento da Lei de Cotas

O Brasil tem aproximadamente 18,6 milhões de pessoas com deficiência (PCDs), segundo o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE. Desse total, apenas 26,6% tem alguma ocupação profissional, enquanto o índice do restante da população que atua no mercado de trabalho é de 60,7%.

Para reduzir essa diferença, a startup Conectando Oportunidades vai interligar as PCDs que desejam trabalhar às empresas que pretendem contratá-las, mas que sentem algum tipo de dificuldade neste momento; seja pela falta de dados, acesso a currículos ou desconhecimento sobre inclusão.

“A ideia une propósito, tecnologia, impacto social e traz uma nova forma de aproximar esses públicos. O serviço é inédito no Brasil. Ao longo da carreira, observei essa barreira de ambos os lados e surgiu a vontade de ajudar”, explica a idealizadora e gerente de Pessoas do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), Renata Giovanini.

Tinder dos PCDs

Em fase de prototipação – quando são realizados testes para validar ideias e economizar recursos antes do desenvolvimento final – a plataforma vai permitir identificar as características, necessidades e interesses de cada lado e facilitar a conexão entre eles.

“É uma espécie de Tinder dos PCDs. O ‘match’ vai acontecer quando as PCDs cadastrarem seus currículos, anexarem seus laudos médicos, documentação e mencionarem suas preferências de trabalho. Já as empresas poderão acessar essas informações, customizar filtros de busca e ver quais candidatos estão aptos às vagas disponíveis, destaca Renata.

Metas e oportunidades

Para o primeiro ano de operação, a meta da startup é ambiciosa: conectar pelo menos 500 PCDs a 50 empresas, gerando dados reais sobre empregabilidade, retenção e inclusão. A proposta é um sistema mobile 100% (Android e iOS), com acessibilidade para todos as deficiências.

Futuras parcerias com agências de trabalho, órgãos governamentais, módulos com treinamentos e conteúdos gratuitos já estão no radar da startup.

Lei de Cotas

A Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência no Brasil – estabelecida pela Lei nº 8.213/91 – obriga empresas com 100 ou mais funcionários a reservarem parte de seus cargos para PCDs [deficiência auditiva, intelectual ou múltipla; cegueira ou baixa visão; Transtorno de Espectro Autista (TEA)] ou beneficiários reabilitados da Previdência Social.

A porcentagem de vagas reservadas varia de acordo com o número total de empregados: 2% para empresas com 100 a 200 funcionários, 3% para empresas com 201 a 500, 4% para empresas com 501 a 1000 e 5% para empresas com 1001 ou mais funcionários.

O Ministério Público do Trabalho fiscaliza o cumprimento da Lei de Cotas e pode aplicar multas em caso de descumprimento.

Obstáculos mútuos

As principais dificuldades enfrentadas pelas empresas na contratação de pessoas com deficiência incluem barreiras de acessibilidade física e atitudinal, falta de informação sobre inclusão, de profissionais qualificados, de canais para divulgação de vagas, resistência às mudanças e baixo preparo das lideranças.

Por sua vez, as PCDs enfrentam obstáculos de acessibilidade física e atitudinal, preconceito, comunicação, falta de oportunidades, baixa remuneração e dificuldade de adaptação ao perfil da vaga exigida.

“Ao disponibilizar ferramentas intuitivas e funcionais para auxiliar os dois lados, o ‘match’ para as contratações deve ser facilitado. Isso também vai ajudar no protagonismo dos PCDs”, conta Renata.

Prêmio e validação da ideia

Apesar de ainda estar na fase de prototipação, o projeto já começa a colher frutos. A startup foi premiada no Dia D; evento promovido pelo Integrow – Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo do Grupo Integrado

“Isso reforça a importância de acreditar em ideias que fazem a diferença na vida das pessoas e no mercado. Mais do que conectar candidatos e vagas, a missão é fomentar uma mudança cultural nas empresas e contribuir para ambientes de trabalho mais diversos, acessíveis e humanos, complementa a idealizadora e gerente de Pessoas do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), Renata Giovanini.

 

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