Segundo dados do Ministério da Economia (Secex), as exportações de sucata ferrosa somaram 38.859 toneladas em setembro, um aumento de 25,9% em relação a agosto, quando atingiram 30.864 toneladas. Se comparadas a setembro de 2021, quando somaram 73.456 toneladas (o maior volume em um mês no ano passado), as vendas externas caíram 47,10%. Já no acumulado até setembro as vendas externas alcançaram 306.837 toneladas, queda de 11,4% na comparação com o mesmo período de 2021. Nos nove meses iniciais do último ano, as exportações de sucata ferrosa atingiram 346.246 toneladas.
O presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), Clineu Alvarenga, comentou que apesar das siderúrgicas terem defendido um uso maior da sucata na produção visando a descarbonização do setor no Brasil no último Congresso Aço Brasil, as companhias compram material in natura com alto grau de impureza de pátios sem licenças ambientais, além de reduzir o volume adquirido dos processadores. “Com as dificuldades internas, as processadoras de sucata têm buscado expandir as exportações, apesar das dificuldades no exterior, em função da guerra na Ucrânia, paralisação de portos e aumentos dos fretes”, segundo Alvarenga.
A agência americana S&P Global Platts ouviu fontes do setor, e avalia que o mercado brasileiro de sucata ferrosa está, em média, em um patamar de preços estável, o que deve se manter até o final de 2022. Conforme essas fontes, “as usinas tentaram reduzir os preços, mas não conseguiram por causa das altas taxas de frete”. Assim, tem sido melhor comprar de fornecedores mais próximos e não estocar.