Encontro reuniu mais de 700 pessoas em Curitiba e reforçou o papel do cooperativismo na construção de futuros mais justos e colaborativos
Com a Árvore do Conhecimento como símbolo central, o Summit Educação 2025, promovido pela Central Sicredi PR/SP/RJ, reuniu mais de 700 participantes de 29 cooperativas de quatro estados (PR, SP, RJ e SC) nos dias 15 e 16 de setembro, no Teatro UP Experience, em Curitiba. O evento reforçou a importância das raízes que sustentam a educação e a necessidade de cultivar, de forma coletiva, um futuro mais justo, cooperativo e transformador.
“A árvore tem raízes, caule, flores e frutos. Ao longo desses 30 anos do Programa A União Faz a Vida — completados neste ano —, temos cuidado dessas bases para que a dedicação se transforme em prosperidade”, destacou o presidente da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Dasenbrock.
Momentos simbólicos
A abertura foi marcada pela peça De onde veio tudo isto?, criada em homenagem aos 40 anos da atuação do Sicredi no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, que narra a história do cooperativismo no Brasil e seus protagonistas. Em seguida, ocorreu o lançamento do livro Olhares sobre a educação: a dinâmica do Programa A União Faz a Vida (PUFV) na contribuição para o alcance dos ODS da Agenda 2030. A obra reúne pesquisas dos doutores em educação Mariulce da Silva Lima Leineker, Pablo Jonas Camilo e Silvio Ricardo Munari Machado, comprovando a contribuição do PUFV para o ODS 4 (Educação de Qualidade).
“O estudo trouxe confirmações científicas de algo que já se intuía e apontou perspectivas para ampliar esse impacto”, avaliou a assessora dos programas educacionais e sociais da Central Sicredi PR/SP/RJ, Mariana Baião dos Santos.
Vozes da transformação
Dois painéis mostraram o poder transformador da vivência escolar. No primeiro, cinco ex-alunas do Programa A União Faz a Vida compartilharam experiências. Entre elas, Fernanda dos Santos Oliveira, de 18 anos, que convive há 11 anos com o Programa. Prestes a se formar em administração e atuando como caixa no Sicredi de Itambaracá (PR), ela carrega uma frase da canção do União Faz A Vida: “Sozinhos somos estrelas, juntos somos constelação – peguei essa frase para mim e desde criança levei para a minha vida”, afirmou.
O segundo painel destacou os impactos de programas como Cooperativas Escolares, Cooperação na Ponta do Lápis e Cada Gesto Educa nas escolas. Para a assessora pedagógica de Jardim Alegre (PR), Marielle Fernanda de Mattos Aguiar, esses projetos “seguram a mão do professor e não soltam, porque o professor precisa ser acolhido”.
Palestras inspiradoras
O executivo da Casa Cooperativa Nova Petrópolis, Paulo César Soares, abriu o ciclo de palestras destacando o cooperativismo como processo educativo. Além de relembrar a trajetória do padre Theodor Amstad, fundador da primeira cooperativa de crédito da América Latina, ressaltou: “O movimento cooperativo transforma a sociedade e a cultura, mas precisa da educação para comunicar seus princípios de forma clara”
Na sequência, o professor Celso dos Santos Vasconcellos, doutor em educação pela USP, filósofo e escritor, apresentou o tema O Amor Crítico como Fundamento da Educação para o Corporativismo. Ele reforçou que nada substitui um bom professor e defendeu a humanização do ensino. “Temos práticas muito amorosas na escola, mas muitas vezes o próprio professor não percebe. Quando toma consciência, pode potencializar, sistematizar e compartilhar essas práticas para que outros educadores também as vivenciem.”
O escritor Fabrício Carpinejar encerrou as palestras com o tema Transformação pelo Afeto: que Ninguém Seja Invisível ao seu Lado. Em uma fala repleta de histórias reflexivas, criticou o uso excessivo da tecnologia, destacou o valor da presença e enalteceu os professores: “Entreter não é ensinar, o professor já faz muito sendo professor”.
Impactos que vão além da sala de aula
Na edição de 2005, o Summit Educação consolidou-se como espaço de diálogo, fortalecimento do protagonismo dos educadores e troca de experiências inspiradoras. A professora Vanessa Almeida, de Paranapanema Serrana (SP), destacou: “Receber educação de qualidade é um direito do aluno, e participar desse processo é também uma forma de contribuir com a sociedade”.
No caso dela, o impacto foi ainda mais profundo: por meio da metodologia do PUFV, conheceu sua filha de coração, com quem completará um ano de convivência no fim de setembro.
