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Super Quarta deve trazer volatilidade para os mercados; especialista aponta setores e classes de ativos mais sensíveis

Mariana Pulegio, CFP® – Planejadora Financeira CFP®, assessora de investimentos e sócia da WIT Invest / Foto: Divulgação

A chamada Super Quarta promete movimentar os mercados financeiros nesta semana, com decisões de política monetária tanto do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto do Federal Reserve (Fed). A expectativa é de forte volatilidade, já que as sinalizações de ambos os bancos centrais devem impactar diretamente ativos de renda fixa, renda variável e câmbio.

Para compreender os possíveis desdobramentos, Mariana Pulegio, CFP® — Planejadora Financeira CFP®, assessora de investimentos e sócia da WIT Invest, destaca os pontos de maior atenção.

Renda fixa e renda variável: quem ganha e quem perde

Segundo Mariana, caso o Copom mantenha a Selic em torno de 15% ao ano, os títulos pré-fixados e atrelados à inflação devem seguir atrativos, ainda que a reação dependa do tom do comunicado — que pode ser mais “hawkish” (duro).

Na renda variável, cortes de juros geralmente favorecem setores como bancos, varejo e consumo, por serem mais sensíveis à taxa de desconto. No entanto, como o mercado espera manutenção da Selic, o cenário permanece incerto.

Expectativas para o Copom

A projeção majoritária é de manutenção da taxa básica de juros em 15%. “O cenário de inflação ainda exige cuidado. Caso o Copom opte por um tom mais duro, reforça a confiança no controle monetário, mas limita estímulos à economia”, explica Mariana.

Um corte inesperado, por outro lado, poderia gerar euforia nos ativos de risco, mas também romperia expectativas de disciplina, com reflexos imediatos na curva de juros e no câmbio.

O que esperar do Fed

Nos Estados Unidos, o consenso é de queda de 25 pontos-base (0,25 p.p.), movimento já precificado pelos mercados. Uma redução maior, de 50 pontos-base, é considerada possível, mas menos provável. O foco, agora, é no ritmo dos cortes ao longo dos próximos meses.

Efeitos no câmbio

A combinação de decisões será determinante para o dólar. Se o Copom mantiver os juros e o Fed cortar, o real pode se valorizar com maior fluxo de capitais. Já se ambos mantiverem, a moeda tende à estabilidade, ainda que o risco fiscal doméstico siga pesando.

Por outro lado, um corte do Copom com estabilidade nos EUA reduziria o diferencial de juros, pressionando o real e ampliando a volatilidade no câmbio.

Bolsa brasileira em foco

O impacto também será sentido no Ibovespa. Caso o Fed reduza juros e o Copom mantenha, a bolsa tende a reagir positivamente, especialmente em setores cíclicos e de consumo. “Se ambos optarem por estabilidade, a tendência é de movimentos mais moderados, com ajustes de curto prazo”, ressalta Mariana.

Investidores devem se preparar para a volatilidade

Independentemente do resultado, a especialista alerta que a Super Quarta sempre eleva a oscilação. “Nos dias seguintes, o mercado deve manter volatilidade elevada, com ajustes de portfólio e interpretação detalhada dos comunicados”, afirma.

Possível efeito na renda variável brasileira

Um eventual corte da Selic poderia impulsionar o apetite por risco, com fluxo para a bolsa e fundos mais arrojados. No entanto, Mariana reforça que a sustentabilidade desse movimento dependerá da credibilidade da política monetária e da trajetória fiscal do país.

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