Europ Assistance Brasil

Tarifaço de Trump: a educadora financeira Luciana Pavan orienta brasileiros a se prepararem para os impactos no bolso e nos investimentos

Luciana Pavan, da 90 Segundos de Finanças / Foto: Divulgação
Luciana Pavan, da 90 Segundos de Finanças / Foto: Divulgação

Medida dos EUA pode afetar preços, câmbio, investimentos e o mercado de trabalho brasileiro; Luciana Pavan, da 90 Segundos de Finanças, explica como se proteger financeiramente

O recente anúncio de Donald Trump sobre a imposição de tarifas aos parceiros comerciais reacendeu os alertas sobre uma possível guerra comercial global. Na sexta-feira (04/04), a China anunciou sua retaliação: a taxação em 34% aos EUA. A decisão, considerada por analistas como uma tentativa de proteger a indústria estadunidense e reduzir déficits comerciais que somam cerca de US$ 1 trilhão ao ano, pode gerar efeitos colaterais em diversos países, inclusive no Brasil.

Para a educadora financeira Luciana Pavan, fundadora da plataforma 90 Segundos de Finanças, o que já vem sendo chamado de “Tarifaço” pode sim ter consequências diretas no bolso dos brasileiros. E isso exige atenção redobrada de consumidores, investidores e pequenos empresários.

“Se o produto for taxado, o custo dele aumenta, e esse aumento é repassado ao consumidor. Ou seja, pagaremos mais caro por itens importados”, explica Luciana.

O impacto no câmbio e nos investimentos

Luciana também alerta para possíveis efeitos no mercado financeiro. Com a expectativa de alta nos juros norte-americanos, é possível que investidores estrangeiros prefiram manter seu capital nos EUA, reduzindo o fluxo para países emergentes como o Brasil.

“Esse movimento pode provocar queda na bolsa brasileira e valorização do dólar, o que impacta diretamente quem tem despesas programadas em moeda estrangeira, como viagens”, afirma.

E como se preparar?

A principal recomendação da especialista é manter a calma e não tomar decisões precipitadas. “Não é hora de sair estocando produtos com medo de aumentos. Isso só agrava o problema. O ideal é manter hábitos de consumo conscientes, adaptar-se às mudanças e, principalmente, garantir uma reserva de emergência equivalente a pelo menos seis meses das suas despesas”, orienta Luciana.

A educadora lembra que o Brasil já enfrentou outros momentos de instabilidade global e que a criatividade e o planejamento sempre foram aliados importantes para atravessar as crises. “Nosso povo já lidou com inflação provocada por guerras, crises climáticas e outros fatores externos. O importante agora é acompanhar as mudanças, se informar e agir com prudência”.

Contexto comercial

Os Estados Unidos são hoje o segundo maior parceiro comercial do Brasil, representando 12% das exportações e 15,5% das importações brasileiras em 2024, segundo dados do governo. Entre os produtos mais vendidos pelo Brasil aos EUA estão o petróleo bruto, ferro e aço, aeronaves e café. Já entre os principais produtos importados estão máquinas, combustíveis, aeronaves e gás natural.

Além disso, o Brasil ocupa a quinta posição entre os países que mais enviaram turistas aos EUA em 2024 – o que também pode ser afetado caso o câmbio se torne desfavorável.

Total
0
Shares
Anterior
No Brasil, procura por planos de saúde cresce 20% durante o primeiro trimestre de 2025
Como proteger sua saúde diante das altas temperaturas no Brasil / Foto: Freepik

No Brasil, procura por planos de saúde cresce 20% durante o primeiro trimestre de 2025

Busca por qualidade, preços acessíveis e atendimento humanizado impulsionam a

Próximo
40 anos da Associação Brasil Parkinson nos cuidados ao paciente, familiares e cuidadores
Instituto Ronald McDonald celebra 24 anos de atuação no Brasil promovendo a cura de crianças e adolescentes com câncer / Foto: National Cancer Institute / Unsplash Images

40 anos da Associação Brasil Parkinson nos cuidados ao paciente, familiares e cuidadores

Veja também