Resultado foi 3,2 ponto percentual menor que o do mesmo período de 2021
No trimestre terminado em dezembro de 2022, a taxa de desemprego do Brasil foi de 7,9%, resultado 3,2 ponto percentual menor que o do mesmo período de 2021, quando a taxa era de 11,1%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgada pelo IBGE, que mostra que essa é a menor taxa para o trimestre desde 2014, quando o índice foi de 6,6%.
“Em 2023, a população ocupada cresceu pouco mais de 3 milhões de pessoas, ao nível de 98,3 milhões de trabalhadores, 3,5% acima do período pré-pandemia”, segundo o time de análise macroeconômica da Daycoval Asset, liderado por Rafael Cardoso, economista-chefe da instituição.
Para a equipe da Daycoval Asset, a materialização do freio monetário na economia já mostra arrefecimento na geração de novos postos de trabalho, o que levou a um corte de 590 mil postos de trabalho no último trimestre do ano passado. Apesar disso, o rendimento médio ainda reflete um mercado de trabalho aquecido e compara crescimento de 0,7% frente a novembro foi de 8,3% no acumulado do ano. Ou seja, mesmo com a redução dos postos de trabalho, houve crescimento na “massa de renda”, alta de 0,4% frente a novembro e de 13% sobre igual período de 2021.
“Na avaliação da Daycoval Asset, o elevado patamar da renda do trabalho no final de 2022 pode servir como suporte ao consumo mesmo num ambiente de desaceleração do emprego. No entanto, mesmo com um volume de renda maior esperado para 2023, fatores negativos e exógenos ao mercado de trabalho como os altos índices de inadimplência e comprometimento da renda surgem como risco à manutenção do consumo, apontando para um cenário de estagnação ou negativo do consumo das famílias neste ano”, destaca o time de análise macroeconômica da Daycoval Asset.
Nas projeções sobre o resultado do PIB do quarto trimestre de 2022, que será divulgado na próxima quinta-feira (2/03) pelo IBGE, a Daycoval Asset acredita que o dado deve mostrar queda de 0,4% frente ao terceiro trimestre de 2022. Para o ano, a projeção é de crescimento 3%. Segundo os analistas da Daycoval Asset, a desaceleração do crescimento vem se espraiando de forma generalizada pela atividade econômica devido aos efeitos defasados da normalização dos juros. O setor de serviços, principal drive de crescimento no ano, reduziu seu ímpeto de crescimento enquanto setores como indústria e comércio aprofundaram sua queda.