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Tecnologia e IA é prioridade para 68% dos líderes na América Latina, segundo relatório

IA: Inscrições para capacitação gratuita em Inteligência Artificial são prorrogadas até o final de fevereiro/ Foto: Freepik
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O Board Monitor 2024, da Heidrick & Struggles, aponta as tendências e desafios que moldam os conselhos administrativos brasileiros, latino-americanos e globais

Os conselhos de administração mais resilientes precisam se adaptar às mudanças constantes do mercado, que vêm exigindo cada vez mais independência, diversidade e supervisão financeira. A área de tecnologia, a qual se destaca principalmente pela ascensão da inteligência artificial, foi a mais influente nas tomadas de decisões dos líderes da América Latina, de acordo com o Board Monitor Brazil 2024, conduzido pela Heidrick & Struggles. O estudo revela que 68% dos participantes latino-americanos dedicaram mais tempo a esse setor em comparação com outras áreas, como cultura organizacional (64%), performance financeira (60%) e risco cibernético (60%) — e esse percentual sobe para 71% dentro do cenário global.

No Brasil, a cultura organizacional e o capital humano estão entre as prioridades dos conselhos, segundo Marcos Macedo, sócio, CEO e membro do conselho de administração e práticas industriais da Heidrick & Struggles. “Abordar a dinâmica geracional e as preocupações com diversidade, equidade e inclusão (DEI), ao mesmo tempo em que garante uma supervisão rigorosa de como a cultura organizacional promove a criatividade e a agilidade, está se tornando essencial. Esse foco decorre da necessidade de aprimorar a capacidade da organização de desafiar o status, melhorar processos, estruturas e sistemas de forma eficaz”, explica.

Já no ranking de stakeholders mais influentes, os consumidores assumem o primeiro lugar na América Latina com 65%, seguido de CEOs e times de liderança (63%) e reguladores (58%). A maior parte dos conselhos locais (73%) está satisfeita com o panorama de partes interessadas, e enfatiza que os reguladores, acionistas ativistas e os ativistas sociais passaram a ter mais importância do que nunca após a pandemia de Covid-19.

Desafios para inclusão e diversidade

O Brasil, assim como outros países emergentes, tende a ter um quadro de profissionais mais convencional — um efeito colateral da cultura que indicações. Um exemplo claro da falta de inclusão é o número de mulheres no conselho do BOVESPA, o qual permanece em 30% desde 2021. Além disso, o país é o que menos adiciona membros do conselho com experiência em riscos para lidar com momentos de adversidade específicos.

“A pandemia enfatizou a importância de conselhos bem preparados adotarem uma abordagem mais holística à gestão de riscos, reconhecendo a interconexão de vários fatores de risco e seu potencial para amplificar impactos nos negócios. No entanto, acreditamos que a maioria dos conselhos no Brasil continuam operando em um ‘modo de crise’ reativo ao abordar riscos”, conclui Macedo.

Estudos como o Board Monitor 2024 destacam as crescentes pressões do mercado, que, sem dúvida, moldam os conselhos de administração globalmente. No entanto, o relatório também identifica oportunidades significativas para os líderes empresariais se tornarem mais resilientes, aproveitando as mudanças para trazer inovações, inclusão e maior conexão com funcionários dentro da cultura organizacional.

Outros insights relevantes:

  • 86% relataram um aumento do envolvimento operacional dos conselho latino-americanos, em comparação com 74% dos participantes globais;
  • Uma maioria significativa (86%) acredita que os diretores devem se envolver com os funcionários mais profundamente na empresa; apenas 13% acreditam que não devem;
  • O número de entrevistados da pesquisa latino-americana é ligeiramente maior, em 88%, com CEOs e diretores empatados;
  • 40% dos conselhos latinos acreditam que os membros do conselho devem conduzir ou participar de reuniões públicas de tempos em tempos para ouvir as opiniões dos funcionários.

Metodologia:

Em novembro de 2023, a Heidrick & Struggles realizou uma pesquisa online que recebeu respostas de 3.156 entrevistados. Destes, 2.320 entrevistados eram CEOs e 836 eram diretores não executivos. Quarenta e um por cento estavam na Europa; 38% na América do Norte; 10% na Ásia-Pacífico; 4% na América Latina e Oriente Médio; e 2% na África. Os entrevistados representavam empresas de todos os tamanhos; 23% relataram receita anual de US$ 1 bilhão ou mais. As empresas abrangeram todos os setores. Em fevereiro de 2024, a Heidrick & Struggles realizou uma pesquisa online que recebeu respostas de 2.653 entrevistados. Destes, 1.927 entrevistados eram CEOs e 726 diretores não executivos. Trinta e sete por cento estavam na Europa; 37% na América do Norte; 9% na Ásia-Pacífico; 4% no Oriente Médio; 3% na América Latina; e 1% na África (e 9% N/A). Os entrevistados representavam empresas de todos os tamanhos; 26% relataram receita anual de US$ 1 bilhão ou mais. As empresas abrangeram todos os setores.

Esta análise faz parte do estudo de longa data da Heidrick & Struggles sobre tendências na composição do conselho em países ao redor do mundo. Produzidos por nossa prática global de CEO e diretoria, esses relatórios rastreiam e analisam tendências em nomeações de diretores não executivos para os conselhos das maiores empresas de capital aberto na Austrália (ASX 200), Bélgica (BEL 20), Brasil (BOVESPA), Canadá (TSX 60), Colômbia (COLCAP), Dinamarca (OMX Copenhagen 25), Finlândia (OMX Helsinki 25), França (CAC 40), Alemanha (DAX e MDAX), Hong Kong (Hang Seng), Irlanda (ISEQ), Índia (Nifty Top 200), Itália (FTSE MIB), México (BMV IPC), Holanda (AEX), Nova Zelândia (NZX 10), Noruega (OBX), Polônia (WIG20), Portugal (PSI 20), Arábia Saudita (Tadawul), Cingapura (STI 30), África do Sul (JSE Top 40), Espanha (IBEX 35), Suécia (OMX Estocolmo 30), Suíça (SMI Expanded), Emirados Árabes Unidos (ADX e DFM), Reino Unido (FTSE 350) e Estados Unidos (Fortune 500). As informações sobre executivos são coletadas de fontes disponíveis publicamente, BoardEx e um banco de dados proprietário da Heidrick & Struggles.

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