Para Paula Cristina Araújo, CEO da NDC Tecnologia e Informática, o Brasil conta com soluções mais eficientes que os Estados Unidos para fiscalizar eventuais infrações de trânsito
Os radares, ou equipamentos fiscalizadores de velocidade e avanço semafórico, desempenham um papel crucial na segurança viária e no cumprimento das leis de trânsito vigentes em cada localidade.
Essas tecnologias têm como objetivo monitorar e coibir infrações, como excesso de velocidade e avanços de sinais vermelhos, que são responsáveis por muitos acidentes e mortes no trânsito. Ao capturar e registrar essas infrações, os equipamentos proporcionam uma maior conscientização dos condutores e contribuem para a redução da ocorrência de acidentes, promovendo um ambiente de tráfego mais seguro para todos os usuários das vias públicas.
Além disso, a presença desses dispositivos tem um efeito dissuasório, incentivando os condutores a adotarem comportamentos mais responsáveis e respeitarem as regras de trânsito, contribuindo para uma cultura de condução segura e responsável.
De acordo com Paula Cristina Marques Branco de Araujo, CEO da NDC Tecnologia e Informática, empresa especializada no desenvolvimento de soluções integradas para trânsito e transportes, essas tecnologias são fundamentais para garantir uma maior segurança na mobilidade urbana. “Um relatório divulgado pela OMS revelou que o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de mortes no trânsito, atrás apenas de Índia e China. Acidentes veiculares são a oitava principal causa de óbitos no nosso país, com aproximadamente 1,35 milhões de vítimas por ano. A cidade de São Paulo, por exemplo, fechou o ano de 2021 com um índice de 6,64 mortes no trânsito a cada grupo de 100 mil habitantes. Para mudar esse quadro de maneira positiva, é preciso contar com sistemas de fiscalização eficientes, melhorar a sinalização viária, além de disponibilizar campanhas educacionais que abordam esse problema”, relata.
Para a especialista, o advento da tecnologia deixa o trânsito mais seguro. “Em todos os pontos em que foram instalados radares, houve redução média de 30% no número de acidentes. Alguns trechos específicos mostram uma diminuição ainda maior, chegando a 80%. Isso, obviamente, deve ser aliado a outros pontos, como uma melhor infraestrutura, que ofereça melhores condições de circulação tanto para veículos, quanto para pedestres, além da conscientização para toda a população desde a infância sobre os problemas que podem acontecer quando as regras de trânsito não são respeitadas”, pontua.
Paula aponta que a implementação desse tipo de solução pode gerar uma boa arrecadação orçamentária, beneficiando a população que se utiliza das vias públicas diariamente. “Nossa prestação de serviços, por exemplo, é uma das únicas que gera receita para os municípios e atua diretamente na segurança da via. Isso é fundamental porque toda arrecadação provinda de multas de trânsito são destinados ao Fundo de Trânsito de cada cidade, fazendo com que esses valores sejam utilizados apenas para melhorias na área, como a instalação e manutenção de sistemas de sinalização, engenharia de tráfego e de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito”, revela.
Dados levantados pelo National Highway Traffic Safety Administration apontam que, nos Estados Unidos, mais de 38 mil pessoas morrem todos os dias em acidentes envolvendo automóveis. O índice de fatalidade no trânsito é de 12,4 mortes a cada 100 mil habitantes.
A especialista acredita que existem muitos argumentos para a implantação de um sistema de fiscalização eletrônica mais eficiente nos Estados Unidos. “Os americanos, no entanto, têm o hábito de serem autuados única e exclusivamente por um agente ou policial utilizando as famosas pistolas que funcionam como radares e ficam alocadas dentro das viaturas. Por outro lado, as estatísticas mostram que é preciso ter uma fiscalização mais robusta para reduzir os índices de acidentes. A Flórida, por exemplo, aprovou uma lei que permite a fiscalização de velocidade por câmeras nas áreas escolares visando a redução de casualidades. Essa mudança é um caminho óbvio e evidencia, cada vez mais, a necessidade de contar com a tecnologia para ajudar na fiscalização do trânsito”, finaliza.