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Trabalhar menos, viver melhor e aumentar a produtividade: é possível?

Trabalhar menos, viver melhor e aumentar a produtividade: é possível? / Foto: Dillon Shook / Unsplash
Foto: Dillon Shook / Unsplash

Nos dias de hoje, em que a tecnologia avança a passos largos e novas modalidades de trabalho surgem constantemente, a tradicional jornada de 9h às 18h, com uma hora de intervalo, parece cada vez mais questionada. Apesar das inovações e da evolução do mercado, esse modelo ainda é predominante no Brasil, e surge a pergunta: é possível trabalhar menos, melhorar nossa qualidade de vida e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade?

O modelo de jornada de trabalho das 9h às 18h, com uma hora para o almoço, é enraizado na cultura brasileira e reflete uma estrutura de empresa que prioriza o controle físico e a presença do funcionário como um indicativo de produtividade. “O modelo tradicional persiste no Brasil por uma combinação de fatores históricos, culturais e legais. A estrutura das empresas e as próprias normas trabalhistas, ainda muito rígidas, favorecem esse formato, tornando-o quase imutável”, explica Dr. João Valença, advogado e cofundador do VLV Advogados, especialista em Direito Trabalhista.

Apesar de a tecnologia ter avançado para permitir mais flexibilidade, como o home office e a automação de tarefas, muitas organizações ainda não conseguiram se adaptar. “As inovações tecnológicas poderiam reduzir a sobrecarga de trabalho, mas, ao contrário, elas mantêm os trabalhadores conectados 24 horas por dia, dificultando a desconexão necessária para o descanso”, alerta Dr. João.

O que já está dando certo em outros países?

Em países como a Islândia, Japão e até na Nova Zelândia, iniciativas como a semana de quatro dias de trabalho e o modelo Short Friday, onde os empregados têm meio expediente nas sextas-feiras, têm demonstrado resultados promissores. Para muitos, esses modelos não apenas aumentam a satisfação dos colaboradores, mas também garantem produtividade em menor tempo.

“A implementação de jornadas mais curtas pode, sim, melhorar a produtividade, pois ela permite aos funcionários um tempo maior para recarregar as energias. As empresas precisam repensar sua estratégia e encontrar um equilíbrio entre as demandas do mercado e a qualidade de vida dos seus empregados”, defende o especialista.

Porém, a adaptação desses modelos no Brasil ainda enfrenta desafios significativos. “As empresas terão que desenvolver estratégias para aumentar a produtividade em um menor período de trabalho, sem perder a lucratividade. Isso exigirá mudanças profundas nas formas de gerenciamento e no próprio conceito de produtividade”, explica Dr. João.

Jornada de trabalho e bem-estar

A redução da jornada de trabalho não está apenas ligada ao aumento da produtividade, mas também ao impacto direto na saúde mental e física dos trabalhadores. “A sobrecarga de trabalho está diretamente ligada ao aumento de doenças ocupacionais e ao estresse, que afetam milhões de brasileiros todos os anos. Ao reduzir as horas de trabalho, não só aumentamos a produtividade, mas também promovemos o bem-estar dos empregados”, destaca Dr. João Valença.

De acordo com pesquisa do DataSenado, 78% dos trabalhadores acreditam que poderiam manter a mesma qualidade de trabalho se tivessem um dia livre a mais na semana. “A redução da jornada permitiria que os funcionários passassem mais tempo com suas famílias e amigos, o que é fundamental para a saúde mental”, conclui o advogado.

Como a legislação pode acompanhar as mudanças?

Para que essas mudanças se tornem realidade, a legislação trabalhista brasileira precisará evoluir. O modelo atual, baseado em normas rígidas que regulam a jornada de trabalho, precisa ser reavaliado para permitir uma maior flexibilidade. Dr. João sugere que, “uma das soluções pode ser a redução de impostos para os empregadores, criando um incentivo para que eles adotem jornadas mais curtas, sem comprometer os direitos dos trabalhadores”. “Repensar a jornada de trabalho é um passo necessário para alinhar produtividade e qualidade de vida no Brasil. Acredito que é fundamental encontrar um equilíbrio entre a necessidade do mercado e o bem-estar dos trabalhadores, permitindo que ambos cresçam juntos”, acrescenta Dr. João.

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