Do mercado financeiro a gestão de dados e governança, líderes apontam tendências sobre o futuro da inovação no Brasil
A transformação digital deixou de ser tendência para se consolidar como realidade da nova economia. Em um cenário marcado pelo alto volume de informações e pelo rápido avanço de soluções tecnológicas, tornam-se evidentes os impactos dessa evolução, principalmente no que diz respeito à aceleração de modelos de negócios inovadores e a necessidade de redefinir a relação entre tecnologia, comportamento e gestão.
Protagonistas desse novo mercado, líderes de diferentes setores – de investimentos a hubs de negócios, passando por gestão de dados e governança – acompanham de perto essas mudanças e articulam novas oportunidades. Esses gestores compartilham suas percepções a partir de discussões que vêm pautando o mercado e sendo reforçadas em grandes encontros de inovação realizados nos últimos meses.
Soluções tokenizadas em parcerias público-privadas
Embora o setor privado tenha promovido grandes transformações, o setor público ainda carece de investimentos para avançar com alguns processos. Para evoluir com projetos essenciais e inovadores, parcerias público-privadas (PPP) surgem como uma solução aceleradora. A partir dessa relação, empresas oferecem infraestrutura e tecnologia que contribuem com políticas públicas e o governo abre uma janela de oportunidades para essas companhias.
No campo das dívidas públicas, o desafio é ainda maior: somente em 2026 a União terá que quitar cerca de R$ 70 bilhões de precatórios, valor que cresce consideravelmente ao incluir estados e municípios. Para enfrentar essa questão, a Droom Investimentos, ecossistema de aplicações financeiras em ativos judiciais, desenvolveu a Compensação Fiscal Tokenizada, solução que transforma esses precatórios em ativos negociáveis no mercado financeiro.
“A plataforma conecta credores e devedores tributários, sem intermediários, permitindo que o governo liquide esses créditos e que as empresas saldem obrigações fiscais. É uma relação ganha-ganha potencializada pela tecnologia blockchain”, explica Eduardo Gouvêa, fundador e presidente do Conselho Deliberativo da Droom.
É preciso investir para além da IA, não esquecendo do fator humano

“Em um mundo cada vez mais encantado (e por vezes hipnotizado) pelos avanços da inteligência artificial, há uma competência silenciosa, mas poderosa, que continua sendo insubstituível: a inteligência relacional. Se a IA impressiona sua capacidade de processar dados, automatizar tarefas e até gerar conteúdos complexos, a inteligência relacional nos lembra de algo essencial – quem somos enquanto espécie: humanos. Seres de conexão, de afeto, de trocas emocionais e de leitura de nuances. E isso, até onde sabemos, nenhum algoritmo aprendeu a decodificar com autenticidade”, afirma Laís Macedo, Presidente do grupo Future Is Now, hub de networking destinado a líderes que protagonizam a nova economia.
A profissional reforça que, nos dias atuais, é preciso investir para além da IA, não esquecendo do fator humano, essencial para criar vínculos concretos e duradouros. “Não é raro ver profissionais altamente técnicos enfrentando desafios em áreas onde a lógica não resolve: feedbacks difíceis, gestão de pessoas, construção de confiança, comunicação em tempos de ambiguidade. É aí que a inteligência relacional se mostra não como um “soft skill”, mas como uma core skill – essencial, estruturante e vital. Na nova economia, em que a colaboração é base, a diversidade é motor e o propósito é moeda de troca, quem domina a inteligência relacional lidera com vantagem”, finaliza.
Transformação digital impulsiona conformidade e competitividade nas empresas

A inteligência artificial deixou de ser apenas tendência para se consolidar como um dos pilares da transformação digital. Seu crescimento acelerado tem atraído investimentos expressivos e ampliado aplicações que vão desde chatbots avançados para atendimento ao cliente, até ferramentas de prevenção a riscos e fraudes financeiras, além de soluções que aumentam a eficiência e a segurança no desenvolvimento de medicamentos.
“Para que a IA cumpra seu papel como aliada estratégica dos negócios, é fundamental que as empresas invistam não apenas em tecnologia, mas também em conhecimento, planejamento e, principalmente, em parcerias com fornecedores especializados que compreendem os desafios regulatórios e operacionais de setores complexos”, analisa Marcelo Becher, PMM da SoftExpert, multinacional especializada em soluções de software para conformidade, governança e excelência na gestão empresarial.
Dados como essência da transformação digital

“Em um mundo em que tecnologias se multiplicam em ritmo exponencial, o maior desafio não está em adotar ferramentas, mas em dar sentido ao imenso volume de informações que produzimos todos os dias. Dados por si só são apenas números. O valor surge quando conseguimos estruturá-los e transformá-los em decisões inteligentes, em inovação real e em impacto direto nos negócios”, afirma Antonio Duarte, CEO e cofundador da Nekt, plataforma de dados e IA que simplifica o acesso e uso dessas informações para negócios em crescimento.
O executivo reforça que, na prática, o diferencial competitivo não está mais em acessar dados, mas em ativá-los de forma pragmática. “Empresas que conseguem transformar informação em ação lideram a nova economia. É nessa capacidade de tornar dados parte viva da estratégia que mora a verdadeira disrupção – e esse é o passo que separa negócios que apenas acompanham tendências daqueles que realmente constroem o futuro”, completa o CEO da Nekt.