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Triagem neonatal salva vidas e evita atrasos no desenvolvimento

No Brasil, todo bebê tem o direito de ser submetido à realização de cinco exames gratuitos muito importantes para a saúde, logo após o nascimento. São os chamados “exames da triagem neonatal”: teste do pezinho, teste do olhinho, teste da orelhinha, teste da linguinha e teste do coraçãozinho. Esses exames diagnosticam doenças que, quanto mais cedo forem identificadas, apresentam melhores chances de tratamento, podendo salvar vidas ou prevenir sequelas graves.

A triagem neonatal foi iniciada no Brasil na década de 1980 e institucionalizada em 2001, com a criação do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), criado para aumentar o número de doenças identificadas e de ações para a prevenção, o tratamento e o cuidado integral.

Os testes são exames clínicos ou laboratoriais realizados nos primeiros dias de vida do bebê. Hoje, os cinco exames são gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

  • Teste do olhinho: também chamado de pesquisa do reflexo do olho vermelho, serve para identificar doenças como glaucoma, tumores intraoculares e catarata infantil. Deve ser feito na maternidade antes da alta.
  • Teste do coraçãozinho: é a oximetria de pulso, medição do nível de oxigênio do sangue com o objetivo indicar se o bebê apresenta alguma doença cardíaca grave.
  • Teste da orelhinha: triagem para avaliar se há perda na função auditiva do bebê. Pode ser realizado quando o bebê ainda está na maternidade ou após a alta. Deve ser feito até o sexto mês, mas como uma recomendação de uma melhor prática de ser feito até o segundo mês de vida.
  • Teste da linguinha: mais recente, é realizado para identificar se há alteração em uma membrana na língua chamada frênulo. Essa membrana causa o que chamamos popularmente de língua presa, e pode gerar problemas de sucção e mastigação. Quanto mais precoce for identificado, melhor para o bebê, para não interferir na amamentação.
  • O teste do pezinho: é um teste muito conhecido que identifica o tipo sanguíneo da criança, verifica se há hemoglobinopatias e fibrose cística. São doenças que, quando tratadas rapidamente, possuem um desfecho mais favorável.

Segundo o coordenador de UTI pediátrica Thallys Ramalho, esses exames são fundamentais para garantir a segurança futura do bebê. “Todos esses testes, eles identificam doenças que, quando tratadas, eles promovem uma qualidade de vida muito melhor para o bebê. Então, por exemplo, o teste do olhinho, que identifica a catarata infantil, a criança a partir do momento que ela é levada para o hospital, onde é feito o tratamento para a doença ela pode ter um desenvolvimento muito próximo do normal, ou seja, ela vai ter um desenvolvimento neuropsicomotor muito superior ao que ela não teria se não tivesse tratado a doença.”

Para a funcionária pública e mãe de primeira viagem, Paola Botelho, os cuidados preventivos são essenciais. “Pelo que eu tenho aprendido, tenho estudado e pelo que eu estudei no curso de doulas, realmente existem esses cuidados inerentes que devem ser feitos assim que o bebê nasce, então, realmente é preciso para a saúde do nosso filho, do nosso bebê”.

Além dos testes preventivos, é preciso adotar cuidados importantes nos primeiros dias de vida do recém-nascido, incluindo o processo de amamentação. “Existem também outros cuidados que os pais devem ter, que é com a higiene do coto umbilical, a posição para dormir, que deve ser sempre de barriga para cima. Deve-se pensar também no transporte do hospital para casa. Algumas vacinas podem ser dadas dentro da maternidade, e um cuidado que hoje é fundamental pelo tempo que estamos vivendo, que é evitar visitas”, explica o médico pediatra Thallys Ramalho.

Prevenção da Síndrome de Morte Súbita

Desconhecida por muitos, a síndrome da morte súbita infantil (SMSI) é principal causa de morte entre bebês com menos de um ano e, embora afete várias famílias todos os anos, a origem ainda é desconhecida.

Dentre as condições associadas à morte súbita estão: dormir de barriga para baixo, utilização de travesseiros e protetores de berços muito acolchoados, compartilhamento de leito com os pais, o histórico de um irmão com morte súbita do lactente, o uso de álcool, cigarro ou drogas pela mãe durante a gestação, o baixo peso ao nascer e a prematuridade, entre outros.

A Síndrome de Morte Súbita pode ser evitada com cuidados simples. “O ideal é que se evite compartilhamento de leitos, que coloque o bebê para dormir sempre de barriguinha para cima, com a cabeça centralizada ou lateralizada, que se evite o uso de drogas, álcool e cigarro durante a gestação e que se tenha um pré-natal bem-feito, bem acompanhado para que o bebê nasça com bom peso, com uma boa idade gestacional. Também deve-se evitar os colchões, travesseiros e enchimentos e outros adereços que possam ocupar espaço do berço e dificultar a respiração do bebê”, explica o médico pediatra Clodoaldo Abreu da Silveira Júnior.

Vacinação Pediátrica

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou o uso da vacina da Pfizer para bebês de seis meses a quatro anos, no fim de novembro (29). Atualmente, a imunização deste grupo só está autorizada para crianças com comorbidade. Segundo o Ministério da Saúde, a partir desta semana o tema será submetido à consulta pública durante 10 dias, e depois retornará à Conitec para uma decisão final.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, levantados pelo Observa Infância (Fiocruz/Unifase), cerca de 938.411 crianças de três e quaro anos tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19, enquanto 323.965 tomaram as duas doses do imunizante. No total, cerca de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária moram no Brasil e devem receber as duas doses da vacina.

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Via: Brasil61

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