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Trocando Ideias da UCS apresenta movimentações do setor de seguros e da seguradora Porto

O executivo Roberto Santos / Foto: Antranik Photos / Divulgação
O executivo Roberto Santos / Foto: Antranik Photos / Divulgação

Roberto Santos, presidente da Porto e do Conselho da CNseg, trouxe aos corretores de seguros as recentes iniciativas

Durante o 3º Trocando Ideias de 2023, a União dos Corretores de Seguros (UCS) recebeu o executivo Roberto Santos, presidente da seguradora Porto e presidente do Conselho da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), na última terça-feira, 27 de junho, na Charles Pizzaria.

Augusto Esteves, presidente da UCS, ressaltou a importância de os corretores de seguros conhecerem os rumos do mercado de forma geral. “A corretagem de seguros está passando por momento ímpar de crescimento, cada vez temos mais ramos de seguros para atuar, novas seguradoras, produtos de benefícios, produtos de investimentos, e empresas de serviços. A maior procura por produtos de proteção securitária em 2022, além do aumento de arrecadação, elevou o pagamento de indenizações, que somaram R$ 220 bilhões no ano, sem considerar seguro Saúde e DPVAT. Nós, corretores de seguros, somos agentes do bem-estar social e distribuidores de renda, transformando a vida das pessoas, das famílias, das empresas e da sociedade brasileira como um todo. Por isso é importante estarmos atentos aos rumos do mercado para apoiar o crescimento entendendo as melhores oportunidades”.

O convidado Roberto Santos iniciou falando sobre as novidades na Porto. “Estamos com uma nova campanha de marketing chamada ‘Todo cuidado é Porto’, que será muito boa para divulgação institucional do setor à sociedade. A companhia está crescendo, tivemos um ótimo primeiro trimestre, com resultados acima do mesmo período do ano passado, e o segundo trimestre fechará ainda melhor. Estou em fase de sucessão na presidência, por isso estou acelerando nesta reta final, quero fechar com chave de ouro”, declarou.

Segundo ele, no ramo automóvel, o comportamento da frequência de sinistros na Porto está bastante adequado. “O preço, que subiu no ano passado, ainda não caiu, a tabela FIPE continua com patamares muito elevados em relação ao mesmo período do ano passado, já experimentamos uma queda, mas em torno de 3% o que é pouco. A mudança que o governo implementou na taxa de carros zeros já causou efeito de redução em carros seminovos, mas a FIPE não capturou esta queda ainda. Porém, estamos acompanhando com atenção e nossa expectativa para o segundo semestre é que esteja mais sob controle”, disse.

O presidente da UCS, Augusto Esteves, e o executivo Roberto Santos / Foto: Antranik Photos / Divulgação
O presidente da UCS, Augusto Esteves, e o executivo Roberto Santos / Foto: Antranik Photos / Divulgação

Em relação a seguros patrimoniais, residenciais e empresariais, a companhia também segue muito bem. “Temos tentado buscar soluções para situações específicas que carecem de um olhar mais técnico. Hoje saiu um artigo do Boris Ber, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), muito bom. Como ele diz, é preciso ter olhar mais técnico, mais cuidadoso, se colocar preço adequado, recomendações adequadas, conseguimos colocação para os riscos. Falando como CNseg, o mercado exagera um pouco quando coloca uma lista de restrições por segmentos, tem que ter um olhar mais técnico e mais cuidados sobre os ricos, o Boris tem razão”.

A operação de seguro de vida também vai bem, tanto no individual como no empresarial. “Apesar da tragédia que foi a pandemia, ficou o legado da importância de proteção, e com isso seguimos crescendo”.

Na área de saúde há um projeto interessante de crescimento, muito focado em PMEs. “Temos planos de chegar no fim do ano com 1 milhão de vidas, estamos na metade do caminho”, contou.

Em consórcio a empresa também tem crescido. “Fechamos o ano como a maior seguradora em cotas de imóvel no Brasil, passando todos os bancos. Muito obrigado a quem vende consórcios, a sociedade começou a entender que é um produto de educação financeira, o mercado começou a ser regulado pelo Banco Central, o que trouxe uma grande credibilidade ao negócio, que tem crescido em todas as empresas, especialmente na Porto”.

No segmento de cartões de crédito, ele conta que há muita inadimplência no Brasil. “Para calcular a taxa de inadimplência, que é o sinistro dos cartões de crédito e das financeiras, analisamos quanto de crédito colocamos na rua e a porcentagem desse total que está com atraso de mais de 90 dias. Estamos rodando em torno de 7,5%, o que não é baixo, antes tínhamos de 4 a 5%, mas o mercado roda acima de 9%, é uma situação séria, todos os bancos estão passando por isso. Nossa estratégia tem sido pescar somente no nosso aquário, com quem já é cliente Porto, não pescar no mar aberto onde a inadimplência é muito maior. Não está fácil, gera desgaste, devoluções de propostas, estamos acertando isso, com retorno de corretores”, relatou.

Roberto Santos também apontou como está a vertical de serviços, informando, por exemplo, que com a Conectcar já chegaram ao equilíbrio do investimento, já é um negócio lucrativo. A Porto Assistência, antes uma área, agora se tornou uma empresa, com uma preocupação muito grande em gestão.

Em nome da CNseg, Roberto Santos trouxe informações que talvez não estejam no dia a dia de todos os corretores, mas que são importantes. “Em relação ao Open Insurance (Opin), estou tratando deste tema desde que surgiu e sinceramente não consigo entender para onde vamos com isso. Antes se previa a criação da SISS (Sociedade Iniciadora de Serviços de Seguro) , substituída agora pela SPOC (Sociedade Processadora de Ordem do Cliente), que significa que alguém vai se habilitar para receber autorização de clientes, para que possam pleitear com as seguradoras as informações daqueles clientes, e a partir daí ofertar soluções para os clientes. Fico pensando qual a diferença da SPOC para o corretor de seguros? Ele já é o representante do cliente, ele recebe a informação da seguradora e faz a oferta ao cliente”, analisou.

“Foi feito um copia e cola do open banking para criar o Open Insurance, para depois resultar no Open Finance. Estamos gastando dinheiro das seguradoras para construir uma estrada que não vai passar carro, porque outra por onde já passa. O mercado bancário é diferente do de seguros, lá o contrato não tem vigência, não existe um consultor. No seguro a grande maioria dos contratos tem vigência de um ano e tem um consultor que é o corretor, para cuidar do contrato e do cliente”, disse. Ele explicou que nenhuma corretora ainda se credenciou como SPOC. “Somente uma corretora de seguros grande havia se habilitado para ser SPOC, mas depois desistiu. E as seguradoras estão gastando dinheiro, construindo infraestrutura para ligar às SPOC e não tem nenhuma. Estamos apenas consumindo recursos de pessoas e de tecnologia”.

O executivo também comentou sobre outras novas siglas que não impactam tanto o corretor, mas que estão consumindo recursos das seguradoras. “No Sistema de Registro de Operações de Seguros (SRO), as seguradoras também estão tendo que criar tecnologia para enviar informações para entidades certificadoras, para encaminhar informações online para a Superintendência de Seguros Privados (Susep). A Susep pediu para criar isso porque não tem braço para receber as informações que hoje as seguradoras encaminham, ela quer receber online por meio do SRO. O problema é que hoje em dia, com a LGPD, estamos criando mais um braço para transmitir informações que podem vazar no meio do caminho”, apontou.

“Sem falar que as certificadoras não construíram a plataforma para envio dessas informações, como previsto na lei, estamos encaminhando as informações para as certificadoras e como a plataforma não foi construída as informações ainda não chegam na Susep. A CNseg acionou a Susep para indicar os problemas, entramos na justiça solicitando uma liminar para suspender o envio das informações, e na semana passada recebemos a notícia de que o juiz não aceitou nosso pedido. A Susep deveria estar brigando com as certificadoras, que não repassam as informações, e não com a gente. Tudo isso aumenta muito a despesa das seguradoras”.

Por fim, comentou sobre o PLC (Projeto de Lei Complementar) 29, que surgiu há cerca de 15 anos, com a ideia de ser um novo marco do seguro no Brasil, substituindo o Decreto Lei 73/66. “Nossa leitura é que o mercado não precisa dessa mudança, está andando bem, apesar de o Decreto ser de 1966 ele teve alterações em artigos para o adequar aos tempos atuais”, garantiu. “O PLC 29 tinha sido arquivado e agora voltou a tramitar, e ele traz questões que comprometem o nosso trabalho, principalmente em grandes riscos, por exemplo um artigo diz que um ressegurador deve ter 10 dias para aceitar um risco. Num grande seguro este tempo é inviável. Tem diversos pontos polêmicos”.

O 3º Trocando Ideias de 2023 ainda apresentou o novo programa “Estagiários”, da UCS, coordenado pelo diretor André Vidigal, pelo qual estão sendo feitas parcerias com instituições para oferecer cursos preparatórios para jovens iniciarem no mercado de seguros. “Depois que eles tiverem feito estágio em nossas corretoras farão outros cursos com apoio de seguradoras”, disse Vidigal. E a vice-presidente Catia Guirao lembrou sobre o evento de confraternização que acontece no dia 1º de julho em Jundiaí (SP), com caminhada e visita a vinícola, culminando em grandioso almoço. O 3º TI marcou ainda a entrada de duas novas associadas à UCS: Sonia Maria Aureliano e Elizabeth da Silva Santos.

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